Paixão Colorada
Francisco Luz: a chance desperdiçada por Thiago Galhardo no Inter
Atacante deixa o Colorado como uma nota de rodapé, sem simbolizar muita coisa no clube
Das muitas coisas que me irritam no futebol — torcer é se irritar, na imensa maioria das vezes —, acho que nada supera o desperdício. E não falo aqui de chances perdidas em campo, porque isso faz parte do jogo, mas de jogadores que não aproveitam oportunidades que qualquer pessoa numa arquibancada sonha em ter. Caso em questão: Thiago Galhardo, o cara que podia simbolizar muita coisa no Inter, mas deixa o Beira-Rio como uma nota de rodapé.
Galhardo não é craque de bola, muito longe disso, mas se transformou em um jogador interessante nos últimos anos. Do tipo que entende sua função em campo, que demonstra compreender a situação do clube onde está. Pelo menos parecia isso naqueles meses mágicos do primeiro turno do Brasileirão passado. Era decisivo, goleador e estava nas graças da torcida.
Não sei se Galhardo se tornaria um ídolo colorado, mas tinha todas as ferramentas para ser alguém que teria o carinho da torcida. Um time, um grupo, não é feito só de ídolos e craques, mas também de gente que se identifica com a camisa. Era necessário ter alguém assim.
E, mesmo inteligente, mesmo em boa fase, Thiago Galhardo escolheu jogar tudo fora. Por vaidade (o sentimento menos inteligente que existe no futebol), preferiu não entender o momento do time, do clube que o acolheu, do lugar em que poderia ser lembrado no futuro. Achou que era mais importante do que o escudo que levou no peito e deixa o Inter sem que ninguém lamente muito sua saída. Uma pena, para o Inter e para ele. Uma baita chance desperdiçada.