Olimpíada 2012



Trauma

O futebol brasileiro nos Jogos Olímpicos: fracassos que se repetem

Com três medalhas de prata, Seleção adiou neste sábado a conquista da medalha de ouro

11/08/2012 - 16h41min

Atualizada em: 11/08/2012 - 16h41min


Neste sábado, Seleção foi derrotada pelo México por 2 a 1, em Londres

A decepção deste sábado não é novidade para o futebol brasileiro. Na história dos Jogos Olímpicos, a Seleção acumula fracassos, como as eliminações para a Nigéria em 1996 e Camarões em 2000. Na Olimpíada anterior, em Pequim/2008, a equipe foi goleada pela Argentina na semifinal.

Confira recentes decepções da Seleção olímpica.

1984: Prata com ajuda colorada

Com uma seleção que tinha como base o time do Inter, entre eles o zagueiro Mauro Galvão e o volante Dunga, o Brasil disputou uma final olímpica pela primeira vez em Los Angeles/1984. Porém, após perder para a França por 2 a 0, a seleção teve que se contentar com a medalha de prata. Gilmar Popoca, meia do Flamengo, foi um dos destaques da campanha que teve como ponto alto a vitória na prorrogação sobre a Itália na semifinal

O time da final: Gilmar Rinaldi; Ronaldo, Pinga, Mauro Galvão e André Luis; Ademir, Dunga, Gilmar Popoca e Tonho (Milton); Silvinho e Kita (Chicão). Técnico: Jair Picerni

1988: Ouro se foi na prorrogação

A equipe que disputou os Jogos de Seul/1988 era forte, possivelmente uma das melhores que o Brasil já enviou a uma Olimpíada. Tanto que alguns, como Taffarel, Jorginho, Bebeto e Romário foram campeões na Copa do Mundo de 1994. Treinado por Carlos Alberto Silva, o time tinha em Romário um de seus expoentes.

No jogo contra a Alemanha, na semifinal, ele marcou, mas a partida terminou 1 a 1. Foi quando Taffarel brilhou ao defender duas cobranças na decisão por pênaltis. Na decisão pelo ouro, porém, não deu para o Brasil, que saiu na frente, com mais um gol de Romário, o sétimo dele na competição. Mas a União Soviética empatou e, na prorrogação, garantiu a vitória.

O time da final: Taffarel; Luís Carlos Winck, André Cruz, Aloísio e Jorginho; Andrade, Milton e Neto (Edmar); Careca, Bebeto (João Paulo) e Romário. Técnico: Carlos Alberto Silva.

1996: A zebra africana

Depois de fracassar no pré-olímpico de 1992, quando precisava vencer a Venezuela e acabou empatando em 1 a 1, o futebol brasileiro voltou aos Jogos em Atlanta/1996. E, novamente, decepcionou. A seleção treinada por Zagallo e que contava com Ronaldo Fenômeno e Rivaldo caiu na semifinal diante de uma surpreendente Nigéria.

O Brasil chegou a estar vencendo o jogo por 3 a 1, com dois gols de Flávio Conceição, ex-jogador do Palmeiras, e um de Bebeto. Mas, cedeu o empate no tempo normal e levou mais um gol na prorrogação. De consolo, restou a medalha de bronze, obtida com uma vitória por 5 a 0 sobre Portugal. Porém, os jogadores não foram ao pódio para recebê-la.

O time da derrota: Dida; Zé Maria, Ronaldo Guiaro, Aldair e Roberto Carlos; Zé Elias, Amaral, Flávio Conceição e Juninho Paulista (Rivaldo); Bebeto e Ronaldo (Sávio). Técnico: Zagallo.

2000: Outra decepção olímpica


Foto: Hipólito Ferreira

Se em 1996, a frustração foi grande, em Sydney/2000 o Brasil fez ainda pior. O time treinado por Vanderlei Luxemburgo, atual técnico do Grêmio, sucumbiu diante de Camarões nas quartas de final. Na decisão contra os africanos, a equipe, que tinha craques como os meias Ronaldinho e Alex, saiu perdendo.

Em desvantagem, a seleção se descontrolou. Aos 30 do segundo tempo, Camarões teve um jogador expulso. Quando tudo parecia perdido, nos acréscimos do segundo tempo, a seleção africana teve mais um atleta punido com o cartão vermelho e, na cobrança da falta, Ronaldinho empatou. Porém, na prorrogação, mesmo com dois a menos, Camarões fez 2 a 1 e mandou e eliminou o Brasil, resultado que provocou a demissão de Luxemburgo.

O time da derrota: Hélton; Baiano, Fábio Bilica (Lúcio), Álvaro e Athirson (Roger); Fábio Aurélio, Marcos Paulo, Fabiano e Alex; Lucas (Geovanni) e Ronaldinho. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

2008: Mais uma frustração


 

Não bastasse a humilhante eliminação para Camarões em 2000, o Brasil deu outro fiasco ao não se classificar para Atenas/2004. Comandada por Ricardo Gomes, a seleção que tinha os badalados santistas Diego e Robinho não passou do pré-olímpico. Assim, o sonho dourado se transferiu para Pequim/2008, desta vez com o gaúcho Dunga no comando e Ronaldinho sendo a referência para os jovens.

A campanha ia bem. Mas na semifinal, o time brasileiro encontrou Messi, Agüero e Riquelme. Resultado: 3 a 0 para a Argentina. Novamente, restou ao Brasil a medalha de bronze, conquistada em vitória por 3 a 0 sobre a Bélgica, gols de Diego e Jô (duas vezes).

O time da derrota: Renan; Rafinha, Alex Silva, Breno e Marcelo; Lucas, Hernanes (Thiago Neves), Anderson e Diego (Jô); Ronaldinho e Rafael Sobis (Alexandre Pato). Técnico: Dunga.

O futebol do Brasil em Olimpíada

1952: 5º colocado (quartas de final)
1960: 6º colocado (primeira fase)
1964: 9º colocado (primeira fase)
1968: 10º colocado (primeira fase)
1972: 13º colocado (primeira fase)
1976: 4º lugar
1980: Não se classificou
1984: medalha de prata
1988: medalha de prata
1992: Não se classificou
1996: medalha de bronze
2000: 7º colocado (quartas de final)
2004: Não se classificou
2008: medalha de bronze

O futebol nos Jogos

Nos primórdios, a Olimpíada chegou a ser o campeonato mundial de futebol. No entanto, com a criação da Copa do Mundo, em 1930, o esporte mais popular do planeta perdeu força nos Jogos Olímpicos. Por décadas, a competição foi disputada apenas por jogadores amadores. Assim, a maioria das seleções era formada por jovens.

Os países socialistas - onde não havia profissionalismo - levavam seleções mais fortes e acabavam vencendo. A partir de Los Angeles/1984, foi admitida utilização de profissionais, desde que esses atletas não tivessem participado de uma Copa do Mundo.

Em Barcelona/1992, passou a valer o formato atual: o torneio é disputado com equipes sub-23, que podem ter três jogadores fora deste limite de idade.


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