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Comemoração e despedida

Galpão Crioulo comemora 30 anos

Na comemoração de três décadas do programa, Nico Fagundes passa o bastão para o sobrinho, Neto Fagundes

13/05/2012 - 14h01min

Atualizada em: 13/05/2012 - 14h01min


Nico deixa o programa após 30 anos no comando da atração

"Todos aqui são bem-vindos/Todos aqui são irmãos/Para os aplausos e as palmas/Para o carinho das mãos". A música Galpão Crioulo, cantada nos 30 anos do programa de mesmo nome, na RBS TV, só poderia ter este espírito: dentro e fora do palco, os gaúchos comemoram o aniversário de uma das maiores vitrinas da música gaúcha na televisão. Gravado no Parque Municipal do Chimarrão na 12ª Fenachim (Festa Nacional do Chimarrão), no dia 6, o programa juntou 38 artistas para interpretar 32 clássicos da música regional do Rio Grande. E a surpresa maior: Nico Fagundes deixa o programa.

- Completa-se um ciclo. Me lembro com muita alegria e satisfação de todas as pessoas que trabalham com a gente, dos artistas e, principalmente, das plateias, sempre maravilhosas e acolhedoras - disse, ouvindo lá de fora os aplausos das cerca de 9 mil pessoas que lotaram a gravação.

Até no lombo de um elefante, o programa foi apresentado

Nico relembrou os programas em que se apresentou a cavalo, num trem, em um barco e até no lombo de um elefante. Na missão de levar a cultura gaúcha para outros pagos, só lamenta não ter conseguido gravar na Espanha e em Portugal.

O Galpão foi homenageado pelo Troféu Açorianos de Música, pelos seus 30 anos de história, na quarta-feira passada, no Theatro São Pedro. Tem produção executiva de Fernando Alencastro, direção de Rosana Orlandi e produção de Gino Basso. O especial de 30 anos irá ao ar neste domingo e nos próximos dois. No último deles, Nico anuncia a sua emocionada saída.

Missão cumprida

No Galpão Crioulo desde o primeiro programa, em 1982, Nico Fagundes despede-se da atração nesta série de três programas em comemoração aos 30 anos da atração. Ele passa o bastão para o sobrinho, Neto Fagundes, que já divide o comando com ele, relembra os momentos mais marcantes à frente do Galpão e revela o que fará daqui pra frente.

Diário Gaúcho - O que o senhor destaca nestes 30 anos de Galpão?

Nico Fagundes - Tem tanta coisa! Em 1982, da noite pro dia, eu virei uma figura conhecida em todo o Estado e em Santa Catarina. A tevê era uma novidade para nós, de bombacha, acostumados com jornal e rádio. Este novo meio me deu uma tribuna especial porque, além de apresentar os artistas, tinha a oportunidade de mostrar aspectos da cultura típica do Rio Grande.

Diário - Que programas foram mais especiais?

Nico - A reviravolta foi a entrada do Neto, meu sobrinho e amigo, há 12 anos. Antes, forçados pelo sucesso, lá na década de 1990, fomos para o Interior. A primeira cidade em que o Galpão esteve foi Cruz Alta. Também foi sensacional, na época da Copa da França (em 1998), fazer um programa em Paris. Gravamos na Torre Eiffel, cantamos no Museu do Louvre. Estávamos na França de botas e bombacha! O Renato Borghetti participou.

Diário - E as presenças marcantes?

Nico - Mercedes Sosa (que morreu em 2009) esteve duas vezes no Galpão. Almir Sater também. Este guri do "te pego, te pego"... Michel Teló! Muita gente boa. Além dos intelectuais do Rio Grande do Sul. Gente como Barbosa Lessa, Luiz Menezes, Glauco Saraiva, nosso maior poeta, Telmo Freitas.

Diário - Há 12 anos, o Neto entrou no programa...

Nico - Eu tive um AVC e disse para a Alice (Urbim, gerente de programação da RBS TV): "Bota o Neto enquanto eu estiver doente". E ele se saiu maravilhosamente bem porque é muito simpático. Quando voltei, estava pronto para me entregar o programa, e a direção disse que os dois continuavam.

Diário - O que pretende fazer agora?

Nico - Tenho três livros para terminar. Um é sobre a faca, outro, uma pesquisa muito forte sobre a indumentária gaúcha. O terceiro é um romance de costumes. Vou tentar lançar um até a Feira do Livro. E vou cuidar mais da minha família. Eu tenho uma mulher jovem e bonita que adora viajar, a Ana. Temos planejado o meu aniversário: no dia 4 de novembro, vou comemorar 78 anos com ela em Nova York. Vamos lá namorar!

Galpão Crioulo: história e tradição

- 30 anos de existência

- Mais de 1,5 mil edições

- Com as gravações, mais de 21 mil km percorridos.

- Participaram do programa, aproximadamente, 3 mil músicos.

- Gravações por todo o Rio Grande do Sul, além de edições especiais em outros Estados e no Exterior.

- Tem um cenário que pesa 5 toneladas.

- 90 mil watts de iluminação

- 20 mil watts de som

- 5 mil metros de cabos e conexões

- Em torno de 50 pessoas participam das gravações fora do estúdio.

Programa comemorativo: três em um

- Neste domingo, às 6h, RBS TV - O brasileiro Daniel Torres, o argentino Dante Ramon Ledesma e o uruguaio Raúl Quiroga reúnem-se pela primeira vez, cada um representando o seu país de origem. Ainda: Mauro Moraes, João de Almeida Neto, Jorge Freitas e Banda 30 Anos, Marco Aurélio Vasconcellos e Pirisca Grecco.

- Dia 20 - Adelar Bertussi toca com Luciano Maia. E mais: Dorotéo Fagundes, João Luiz Corrêa, Neto Fagundes, Gilberto Monteiro, José Mendes Júnior, Ernesto Fagundes, André Lucena, Walther Morais, João Chagas Leite, Délcio Tavares, Iedo Silva e Bagre Fagundes.

- Dia 27 - Fátima Gimenez, Juliana Spanevello, Loma, Maria Luiza Benitez, Ângelo Franco, Érlon Péricles, Cristiano Quevedo, Shana Müller, Luiz Carlos Borges, Beto Mayer, Teixeirinha Filho, Berenice Azambuja e Gaúcho da Fronteira.


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