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Suspeitas de irregularidades

Gastos da reitoria da UFPel também são investigados pelo TCU

Associação de professores da universidade encaminhou denúncia ao Ministério da Educação em 2008

16/05/2012 - 03h18min

Atualizada em: 16/05/2012 - 03h18min


Um dia após a reportagem de Zero Hora ter divulgado as investigações do Ministério Público Federal sobre gastos feitos pela reitoria da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), novos problemas referentes às contas da reitoria vêm à tona.

Dois processos em andamento no Tribunal de Contas da União (TCU) questionam a utilização de verba pública por parte da universidade, sob comando do reitor César Borges.

Os documentos em análise no TCU tratam sobre contratos e convênios da universidade com a Fundação Simon Bolivar e sobre a prestação de contas da UFPel durante a gestão 2008.

No TCU estão sendo analisados repasses de verba da universidade para a Simon Bolivar - uma das três fundações de apoio ligadas à UFPel - no segundo mandato de César Borges, que teve início em 2009.

Na prestação de contas de 2008 está sob análise a contratação de serviços pela universidade sem que houvesse realização de processo licitatório. Já o MPF investiga pagamentos feitos com ordem do reitor, via Fundação de Apoio Universitário, que somam mais de R$ 100 mil.

Nos documentos assinados por Borges existem ordens de ressarcimento com gastos de suas despesas em restaurantes, bares, cafés, livrarias, com espumantes e contas de luz no nome da irmã do reitor.

Relacionamento com docentes e servidores é conturbado

O caso também acabou revelando problemas de relacionamento entre o reitor e a comunidade acadêmica. Em 2008, a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pelotas (Adufpel) encaminhou ao Ministério da Educação documentos que tratavam sobre o descumprimento do estatuto, falta de transparência e favorecimento a pessoas próximas ao reitor.

Procurado para falar sobre o caso, o Ministério da Educação não retornou aos pedidos de entrevista feitos pela reportagem. De acordo com o presidente da Adufpel, Sérgio Cassal, desde as denúncias praticamente não há mais relacionamento entre a categoria e o reitor.

- Nem mesmo as reuniões com o Conselho Universitário são realizadas no prazo. Deveriam ser duas por ano, mas às vezes não há nenhuma - lamenta Cassal.

João Paulo Ademole, coordenador do Sindicato dos Servidores da UFPel (Asufpel), reclama que, durante a gestãode Borges, a entidade deixou de ser recebida.

As denúncias surgiram em meio à campanha eleitoral realizada pelos candidatos à reitoria da UFPel. César Borges não tem direito a reeleição, já que cumpre o segundo mandato, mas apoia a chapa representada pelo atual vice-reitor, Manoel Moraes. Seis candidatos disputam a vaga. O novo reitor deve tomar posse em janeiro do ano que vem.

Contraponto

Em nota, César Borges reafirma o que já havia dito na edição de ontem. Reforça que a conta de energia elétrica paga em nome da irmã se refere a um imóvel para alojar estudantes em programa de intercâmbio. Ressalta que o cargo, face à representatividade, demanda despesa e que documentos referentes às fundações estão à disposição dos órgãos fiscalizadores e foram aprovadas pelo Ministério Público de Contas e pelo Conselho Diretor da Fundação. Procurados para falar sobre as investigações do TCU, Borges e sua assessoria retornaram os contatos.


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