Imbróglio na reforma
Justiça deve decidir nesta semana se Beira-Rio será interditado para jogos
Na quarta-feira, juiz responsável pelo caso visitará estádio para definir sua posição
A decisão da Justiça sobre a possível interdição imediata do Beira-Rio deve sair ainda esta semana. Responsável pelo caso, o juiz João Ricardo dos Santos Costa visitará o estádio na quarta-feira para definir sua posição.
Embora o Inter pretenda jogar no Beira-Rio até julho de 2013, o Ministério Público garante que as obras da reforma já representam risco aos torcedores. Caberá a Costa, magistrado da 16ª Vara Cível de Porto Alegre, bater o martelo.
- Após a inspeção no estádio, se não surgir nenhuma nova diligência importante, vou emitir a decisão. Minha intenção é esta: decidir até o final da semana - afirma o juiz.
Costa está requisitando a presença de um grupo que o acompanhará na visita ao Beira-Rio. Além de representantes do Inter e do Ministério Público, membros da Brigada Militar, do Corpo de Bombeiros e da prefeitura devem participar da agenda "para nos fornecer o máximo de informações possíveis", segundo o juiz.
Para o promotor Fábio Sbardelotto, que pede a interdição imediata do estádio, a decisão da Justiça precisa ser rápida porque "a tendência é só piorar":
- Quanto mais a obra avança, mais estruturas vão ficando à deriva. A adequação contra incêndios, por exemplo, é feita só no final.
A ação do Ministério Público, impetrada em 24 de maio, inclui o pedido de liminar para que o Beira-Rio pare de receber partidas. Conforme o texto, mesmo que o Inter tente isolar as áreas demolidas e reformadas, em caso de tumulto a torcida "se torna incontrolável" - e materiais de construção poderiam ser usados como armas.
Até o fechamento desta reportagem, o Inter não havia retornado à solicitação de Zero Hora sobre os argumentos de sua defesa, apresentados à Justiça na semana passada.
O que o MP denuncia
- Faltaria o alvará de prevenção e proteção contra incêndio. Iluminação e sinalização emergenciais de saída estariam deficientes, além de faltarem hidrantes.
- Habite-se do estádio perderia a validade devido ao porte da intervenção, com muitas demolições.
- Materiais da obra poderiam ser usados em brigas de torcida ou até contra o time em caso de tumultos.