Nesta quarta-feira, um adolescente de 14 anos ligou para a Brigada Militar informando que teria matado o pai na cozinha de casa, na noite de segunda-feira, e que o corpo ainda estava no local. Em depoimento à Polícia Civil, o garoto justificou o crime afirmando que sofria agressões físicas e verbais desde os cinco anos de idade.

Segundo o delegado Alfredo de Oliveira, titular da 2ª Delegacia de Polícia de Cruz Alta, o pai do menino, um sargento da Brigada Militar, guardava em casa um revólver calibre 38, de uso pessoal. Na segunda, durante o dia, o adolescente teria efetuado dois disparos para testar a arma, que ficava em uma cômoda no quarto. À noite, ele teria pego a arma e efetuado dois disparos contra o homem, um na nuca e outro nas costas, enquanto ele jantava.

Na terça-feira, o jovem não foi à escola, mas manteve o resto da rotina normalmente. Quarta, ele ligou para o 190 confessando o homicídio. O menino foi ouvido e levado para a casa de familiares, que ficaram de apresentá-lo ao Ministério Público nesta quinta-feira. Pai e filho moravam sozinhos na residência, já que a mãe não reside na cidade.

Os nomes da vítima e do adolescente não foram divulgados pelo fato de o suspeito ser menor de idade. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, não é permitida a divulgação de nenhum tipo de informação que possa levar à identificação de crianças e adolescentes envolvidos em atos infracionais, incluindo o nome dos pais.