Quase no fim
Termômetros em alta indicam que o frio está se despedindo
Calor em pleno inverno teve a temperatura máxima de 33°C nesta semana
Cedo ele veio e cedo parece estar indo embora. Depois de exibir seu frio mais rigoroso no começo de junho, três semanas antes do início oficial, o inverno de 2012 dá cada vez mais sinais de que está se despedindo dos gaúchos, mesmo que o calendário indique que ainda resta mais de um mês para o fim da estação.
Jacarandás floridos, sabiás cantarolando no fim da madrugada e termômetros insistindo em superar os 30°C quase que diariamente (quarta-feira foi o dia mais quente do inverno, com 33°C, em Campo Bom) indicam que a fase mais aguda do inverno parece ter ficado para trás.
- O inverno ainda não acabou. Ainda teremos dias frios pela frente, mas não será um frio muito intenso - diz o meteorologista Gilberto Diniz, professor da Faculdade de Meteorologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
Segundo projeções da Somar Meteorologia, até o final de agosto o Rio Grande do Sul ainda poderá ter uma onda de frio moderado entre os dias 27 e 28, com previsão de temperaturas mínimas na casa dos 5°C, na Campanha. Mas na maioria das regiões os termômetros não devem cair abaixo dos 10°C.
- As simulações não indicam a entrada de nenhuma onda de frio intenso. Em certos momentos, vamos ter massas de ar frio chegando ao Estado e baixando as temperaturas, mas nada como vimos no início do mês de junho - reforça a meteorologista Tatiane Martins, da Somar.
Mês de setembro deverá ter aumento de chuvas no Estado
A meteorologista refere-se à onda de frio polar que congelou os gaúchos nos primeiros dias de junho, com uma semana inteira de temperatura negativas e geadas muito fortes. Foi a onda mais rigorosa desde o inverno de 2009, mas não a única. Entre os dias 7 e 31 de julho, os gaúchos enfrentaram um longo período de baixas temperaturas. Em 13 dias, neste período, a mínima ficou abaixo de 0°C e em apenas duas vezes superaram os 4°C. Curiosamente, o 1º de agosto marcou o início de uma época de calor, com o registro das marcas mais elevadas do inverno. Nos primeiros 15 dias do mês, as máximas passaram dos 30°C em oito.
Tatiane afirma que atualmente estamos em um período de instalação do El Niño, o fenômeno climático que se caracteriza pelo aquecimento das águas do Pacífico Central e traz como consequência o aumento da frequência de chuvas no Estado. Isso dificulta a ocorrência de frio tardio e também o risco de geadas. Mas o meteorologista Gilberto Diniz descarta essa possibilidade:
- O El Niño está em formação e a atmosfera não reage tão rápido a seus efeitos.
Tatiane e Diniz concordam, no entanto, que o fenômeno deve provocar um aumento da chuva sobre o Estado, tanto em volume quanto em frequência, nos próximos meses, principalmente em setembro e outubro.
- Setembro deve ser bem chuvoso - afirma Diniz.