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A Educação Precisa de Respostas

Como despertar interesse nos alunos do ensino médio?

Campanha A Educação Precisa de Respostas pergunta: "Por que 34,5% dos alunos do ensino médio não estão na série correspondente a sua idade?"

25/09/2012 - 07h13min

Atualizada em: 25/09/2012 - 07h13min


Hora de usar a criatividade

Oferecer conteúdos relacionados à vida do aluno, de maneira criativa, é uma das saídas apontadas por especialistas para combater a falta de interesse dos estudantes do ensino médio - problema que acaba levando à baixa aprendizagem, repetência, abandono e até evasão. Essas situações podem explicar a chamada distorção idade-série (quando o aluno tem idade superior a que deveria ter para cursar a séria em que está), assunto da segunda pergunta da campanha do Grupo RBS .

Trazer o mundo real para a sala de aula e dar vida ao conteúdo formal são propostas da reestruturação curricular do ensino médio, em andamento na rede pública estadual.

O Diário Gaúcho conversou com professores e alunos do primeiro ano do ensino médio da Escola Estadual Baltazar de Oliveira Garcia, na Zona Norte, para mostrar como funciona na prática a disciplina chamada Seminário Integrado, que tem esse objetivo.

De olho no mercado de trabalho

Na Baltazar de Oliveira Garcia, que tem 2,3 mil alunos, 11 turmas de primeiro ano do ensino médio estão aprendendo a fazer pesquisas científicas (inclusive nas normas da ABNT) a partir de uma área de interesse comum entre os estudantes: o mercado de trabalho.

- Vimos que os interesses dos alunos eram maduros para a idade deles, queriam saber sobre mercado de trabalho, sexualidade, necessidades da sociedade - conta a professora Sandra Amaral.

Na aula, os alunos já não recebem mais o conteúdo pronto, passivamente. Pelo contrário: são motivados a buscarem respostas para os questionamentos provocados em sala de aula. Para isso, os conhecimentos de outras disciplinas acabam integrados.

- É surpreendente! Tem alunos que não rendem nas aulas formais mas, quando vão atrás do que gostam, dão uma aula - observa a professora.

"Às vezes, a gente está perdido"

- A gente está achando legal, é uma maneira de aprender coisas novas, aperfeiçoar nossos conhecimentos. Tem ajudado bastante porque, às vezes, a gente está perdido - conta Michele Kila, 17 anos.

O gosto pela culinária a fez escolher a profissão de chef de cozinha para tratar em sua pesquisa. Junto dela, outros colegas que elegeram a nutrição fizeram um trabalho sobre a alimentação infantil, com entrevistas com merendeiras da escola, alunos e pais.

Já o grupo da aluna Mariana Prado, 17 anos, queria trabalhar com a informática na terceira idade. Entre outros resultados, descobriram as principais limitações dos vovôs e vovós com o mundo digital.

- É um projeto interessante porque podemos conhecer mais sobre a profissão - conclui Mariana.

Autoestima

A professora Sandra cita a melhoria na autoestima dos alunos, que agora se veem como protagonistas do novo processo. Dessa forma, eles também estão mais críticos em relação ao trabalho do professor: questionam, debatem, argumentam. Outra percepção é a redução da indisciplina em sala de aula.

* Números fornecidos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais.


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