Aprender Física é barbada
Professor cria site para ensinar Física aos alunos
Na Escola Estadual de Educação Básica Gomes Carneiro, um professor de Física criou um site para atrair a atenção dos alunos
Especialistas em educação apontam a necessidade de o professor estar preparado para lidar com a tecnologia e o fim do método que combina apenas giz, lousa e saliva, como caminhos para solucionar a chamada distorção idade-série (quando o aluno tem idade superior a que deveria ter para cursar a série em que está), tema da segunda pergunta da campanha A Educação Precisa de Respostas, do Grupo RBS.
Utilidade na vida real
- A parte mais interessante da iniciativa do professor foi que no site a gente amplia a aula. Outra coisa interessante é a lista de questões e simulados. Ali também tem o material de todos os anos do ensino médio - comenta a aluna do terceiro ano, Amanda Ferreira, 17 anos.
Para Cláudia Litwinczyk, 15 anos, aluna do primeiro ano, é importante ter uma segunda explicação da matéria para reforçar o conteúdo, algo que ela encontra no site.
- Já que usamos tanto (a internet e as redes sociais), a gente faz algo interessante, para o nosso bem - conclui Cláudia.
A turma destaca, ainda, outra boa ideia do professor: mostrar a aplicação da física na vida real, no dia a dia.
"A gente tem de se adaptar"
A criação de um site para compartilhar conteúdo extra e ampliar a interação entre alunos e professor foram as armas usadas por José Ricardo Amoedo, que leciona Física na Escola Estadual de Educação Básica Gomes Carneiro, na Capital, para atrair a atenção dos estudantes. Seis turmas estão navegando no www.cientificando.com e descobrindo que estudar Física pode ser muito interessante.
- O aprendizado não acontece só em sala de aula. E quadro e giz não são mais suficientes. A gente tem de se adaptar. O aluno mudou, a visão de mundo dele mudou - observa José.
Conteúdo mais atrativo
Antes do site e das redes sociais, o professor percebia que não havia continuidade nos estudos. A partir da percepção de que os alunos costumam ficar on-line muito tempo, ele decidiu oferecer o conteúdo de maneira mais atrativa: com vídeos, exercícios, provas de vestibular e Enem, curiosidades e até uma plataforma usada em aulas à distância.
- Mudou muito porque eles trazem questões para sala de aula, contribuem mais, tem mais interatividade entre os colegas. Dá mais trabalho (alimentar o site) que uma aula em sala. Mas tem a recompensa, porque o aluno está mais preparado - avalia.
DICA - Oferecer o conteúdo de maneira mais interessante e relacionado com a realidade do aluno, usar da criatividade, da tecnologia, promover a interação entre professor e aluno são caminhos apontados por especialistas em educação para resolver a distorção idade-série.