Aula suspeita
Canoas: busca por abusador de crianças
Sete crianças alegam ter sido molestadas em aulas de taekwondo. Segundo a polícia, crimes ocorreram em academia e em escola. Suspeito é procurado
A Polícia Civil de Canoas procura pelo proprietário da Academia Otugui, que funcionou no Bairro Fátima, em Canoas, até terça-feira passada. A intenção é buscar explicações sobre as denúncias feitas por pais de sete crianças, que teriam sido molestadas no local.
Até a tarde de sexta-feira, Fernando Reali, 27 anos, não havia sido localizado pela equipe da Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA) de Canoas. O Diário Gaúcho esteve no local onde funcionava a academia e encontrou o estabelecimento fechado.
Segundo a dona do prédio, o local era alugado havia quase dois anos. Essa semana, após as denúncias de abusos em aulas de taekwondo terem começado a circular no bairro, um sócio fechou as portas e entregou as chaves. Até os banners da fachada foram removidos.
Segundo a delegada Priscila Salgado, sete meninos entre 11 e 13 anos já foram ouvidos na DP.
- Os relatos das vítimas são coerentes e semelhantes entre si. A dificuldade em casos de abuso, em geral, é que ele ocorre quase sempre sem presença de testemunhas - explicou a delegada.
Menino não quis mais ter aula
Segundo ela, os meninos molestados teriam sido atacados tanto na academia quanto na escola onde a academia prestava serviços dentro do projeto Mais Educação.
As denúncias começaram a chegar à DPCA de Canoas na quarta-feira. Uma das mães, também ouvida pelo Diário, contou que o filho, um menino de 11 anos, começou a não querer mais ir às aulas de artes marciais. Depois de várias conversas, o garoto afirmou ter sido abusado por um monitor em duas oportunidades.
Sócio já foi localizado
A reportagem tentou contato com a academia pelos telefones que constam no site do estabelecimento e também no da federação de taekwondo. No entanto, não obteve resposta. Segundo a delegada, um sócio de Fernando e uma funcionária já foram ouvidos e disseram desconhecer os fatos.
Monitor afastado da função
A Secretaria de Educação de Canoas informou na sexta-feira que a denúncia dos abusos está sob investigação da Polícia Civil, que foi acionada assim que surgiu a suspeita. "O monitor acusado foi imediatamente afastado da função que executava e já está em curso uma sindicância para avaliar o caso" diz a nota da secretaria.
O investigado estava no projeto havia três anos e está cadastrado para atender apenas uma escola da rede municipal. Pelo trabalho, ele recebe uma bolsa-auxílio do governo federal.