Polícia



O mistério continua

Adolescentes que fugiram continuam desaparecidas

Desde o desaparecimento, há exatas duas semanas, os pais de ambas não conseguiram voltar ao trabalho

03/01/2013 - 07h12min

Atualizada em: 03/01/2013 - 07h12min


A estudante Sabrina Correa Souza, 14 anos, do Morro Santana, em Porto Alegre, ainda não conhece o tão sonhado novo quarto. No dia em que fugiu de casa com a melhor amiga, Gabrielle Martins Vianna, 15 anos, ela iria com a mãe comprar a cama para o espaço recém-reformado. O único objetivo das famílias é encontrar as meninas.


Mãe acredita em amizade


Pela troca de mensagens pelo Facebook, elas traçaram o plano via internet dias antes. Para os pais, restaram a aflição pelo paradeiro desconhecido das filhas, a tristeza pela falta de contato e o medo de receber uma notícia ruim sobre o rumo das adolescentes.


Mãe de Sabrina, a doméstica Maria Eloá Correa, 50 anos, não trabalha desde 19 de dezembro. Passa os dias percorrendo o comércio da cidade, distribuindo cartazes com a foto das meninas. Quando está em casa, não sai do quarto da mais nova das três filhas.


- Não como e não durmo direito desde que ela desapareceu. A Sabrina não tinha motivos para nos deixar. Estava feliz com o quarto novo que ganharia. Tenho certeza que ela foi com a Gabrielle como prova de amizade - conta a mãe, aos prantos.


Irmão está com saudade


Na casa de Gabrielle, os pais também deixaram os empregos para procurar a adolescente. Enquanto o cobrador de ônibus Márcio Adriano Vasques Vianna, 38 anos, tirou férias para localizar a filha, a mãe, Roberta Medina Martins, 32 anos, pediu demissão da indústria em que trabalhava. O irmão de Gabrielle, de três anos, está doente desde o sumiço da garota.


- Não paro de olhar para a cama dela vazia. Falta um pedaço da gente - desabafa Roberta.


Aventura, a hipótese


Sabrina e Gabrielle tiveram o desaparecimento publicado no Diário Gaúcho de 28 de dezembro. Segundo o Serviço de Investigação de Crianças e Adolescentes Desaparecidos, ligado à Delegacia de Polícia para Crianças e Adolescentes Vítimas de Delitos (Dpcav), dos 16 adolescentes que desapareceram no feriadão do Natal de 2012, metade já foi localizada ou retornou para casa espontaneamente.


No caso das duas amigas, o delegado Leandro Cantarelli continua trabalhando com a hipótese de fuga por aventura, mas afirma não descartar outras possibilidades.


Entre as informações recebidas, existe a de que as duas teriam sido vistas mais de uma vez na região das vilas Batista Flores e Timbaúva I, na Zona Norte.


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