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Sentença proferida

Bola é condenado a 22 anos de prisão pela morte de Eliza Samudio

Ex-policial civil era acusado de homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver

27/04/2013 - 22h59min

Atualizada em: 27/04/2013 - 22h59min


O advogado Fernando Magalhães conversa com Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, durante o julgamento

O ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, foi condenado a 22 anos de prisão pela morte da ex-amante do goleiro Bruno, Eliza Samudio - 19 em regime fechado e três em regime aberto. Ele era acusado de homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.

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A sentença foi lida pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues na noite deste sábado no Fórum de Contagem, em Minas Gerais. Durante a revelação da pena de Bola, Marixa reafirmou que Eliza foi morta por asfixia e classificou o réu como uma "pessoa agressiva e impiedosa". Ela afirmou ainda que o ex-policial não poderá recorrer em liberdade.

- Marcos Aparecido dos Santos tratou de ocultar muito bem o seu corpo (de Eliza Samudio). Ele praticou um crime perfeito - disse a juíza.

- A pena, na minha visão, está perfeita - concordou o promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro.

Depois de se estender até a madrugada deste sábado, o julgamento do ex-policial foi retomado às 10h20min. A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues reiniciou o interrogatório do réu pedindo para Bola explicar por que teve seu direito de defesa cerceado e que, por isso, estava se recusando a responder algumas perguntas.

Bola, visivelmente abalado, relatou como foi preso, no dia 8 de julho de 2010. O réu afirmou que entrou em contato com a imprensa, por meio da jornalista Shirley Barroso, dizendo que estava na casa de sua tia, em Belo Horizonte, após ver a sua foto e de sua neta na televisão.

O réu afirmou que o delegado Júlio Wilquer chegou à residência de sua tia antes de a jornalista e foi conduzido para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa e que lá, durante o interrogatório, o delegado Edson Moreira afirmou existirem dois tipos de anjos: anjo bom e anjo mau.

O anjo bom seria aquele que "conversa sem arrogância e sem agressão física", que era o caso do delegado Júlio Wilquer, e que o anjo mau é aquele que "conversa com arrogância com o preso, que bate na mesa e pode até agredir fisicamente". De acordo com Bola, o delegado Edson Moreira afirmou que iria agredi-lo e colocá-lo no "pau de arara", mas apenas o ameaçou.

Durante o depoimento, Bola reafirmou sua inocência e diz estar preso injustamente. Após a juíza, foi a vez do promotor de Justiça, Henry Wagner, começar a fazer perguntas. Durante o questionamento, Bola respondeu repetidas vezes ser inocente. Depois afirmou estar debilitado e que não estava em "suas melhores condições" para falar.

A juíza Marixa Rodrigues passou então a palavra à assistentes de acusação, mas Bola esquivou-se novamente e o advogado do réu, Ércio Quaresma, recomeçou a fazer perguntas. Notadamente, o advogado tentou sensibilizar o júri de que o acusado está distanciado da sua família. Ao falar sobre sua esposa e filhos, Bola chorou e se disse religioso. Quaresma perguntou se Bola já havia assassinado alguém dentro de sua própria casa.

- Nunca matei ninguém, principalmente não mataria dentro da minha casa - respondeu o ex-policial.

Questionado se esteve alguma vez com Eliza, o réu respondeu que não e que só a conhecia pela televisão. O réus também negou que tenha ameaçado Jaílson, seu ex-colega de cela, durante a acareação no DEOSP.


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