Cachorródromo
Delimitação de espaço para cães na Praça da Encol gera controvérsia na Capital
Frequentadores divergem sobre área exclusiva para mascotes
A polêmica envolvendo a instalação do cachorródromo do Parque Farroupilha, nas últimas semanas, mobilizou também os frequentadores da Praça Carlos Simão Arnt, a Encol, no bairro Bela Vista, em Porto Alegre. Prevista na Lei 11.220, a criação de espaços exclusivos para cães circularem sem coleira ou guia em parques e praças com mais de 10 mil metros quadrados ainda divide opiniões.
Morador da região, Rafael Capaverde destacou a urgência da criação do espaço na Encol. Ele participa do Cachorreiros da Encol, grupo fechado do Facebook organizado por frequentadores para discutir soluções à situação dos animais de estimação na praça.
- Muito se fala sobre o cachorródromo da Redenção, mas pouco se vê quanto aos outros parques. Queríamos um lugar correto para nossos cães. Existe um local que já frequentamos, uma área na praça, mas com poucos recursos - destaca.
Já o publicitário Paulo Bittencourt não tem cachorro. Passeia diariamente na Encol com a filha de 10 meses, Cora. Ainda assim, acredita que uma delimitação do espaço - que, para ele, pode ser ou para cães ou para as crianças - facilitaria a vida, também, dos pais.
- No fim de semana, são muitos cachorros e crianças na praça. Seria bom se tivesse algum tipo de divisão para evitar sustos - opina.
De acordo com a secretária municipal de Direitos Animais, Regina Becker, não há previsão para a criação do cachorródromo na Praça da Encol, que aguarda a definição do novo adotante do local, após encerrada a parceria entre a prefeitura e o Hospital Mãe de Deus, neste ano.
Áreas exclusivas para cães não têm data de efetivação
A experiência na Redenção - que apresenta impasse entre frequentadores e prefeitura por conta do local onde deve ser instalado o espaço dos cães - servirá como piloto para outras praças e parques da cidade, respeitando peculiaridades.
- É importante considerar cada caso, realizando um estudo específico para o local. Somos da opinião de que todas as iniciativas que possam resultar em benefício para os dois, cães e humanos, são bem-vindas - diz Regina.
A emenda complementar proposta pelo vereador Nelcir Tessaro à lei de autoria do vereador Raul Torelly prevê um espaço mínimo de 10% da área da praça ou do parque para o espaço de cães. Segundo a secretária, ainda não foi realizada uma análise da situação na Encol. Ela considera, no entanto, que a medida estabelecida tende a ser incompatível com a realidade da maioria dos parques.
- Esses espaços já existem, só não são oficializados. Sabemos que as pessoas se concentram com os animais em lugares determinados dos parques e de praças. O cercamento apenas reforça o compromisso de manter os locais limpos e em boas condições para os frequentadores. Mas o número sugerido pela lei representa um espaço muito grande em parques como a Redenção e o Marinha do Brasil, por exemplo - diz Regina.
Ainda não há prazo estabelecido para a instalação dos cachorródromos nos parques com área igual ou maior a 10 mil metros quadrados. De acordo com a secretária, no entanto, projetos que atendam às necessidades dos usuários e estejam dentro das medidas previstas pela lei devem ser facilitados.
- Sempre que pudermos ajudar a concretizar, vamos fazê-lo. O projeto tem de estar de acordo com a lei e colaborar para que todos vivam em harmonia - ressalta.