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Manobra de defesa

Advogado diz que pai de Bernardo Boldrini "desabou" no momento da prisão

Jader Marques solicitou que três policiais sejam ouvidos na tentativa de desmentir frieza do pai

23/04/2014 - 12h15min

Atualizada em: 23/04/2014 - 12h15min


Jader Marques critica a informação da delegada de que o pai demonstrou frieza

Na manhã desta quarta-feira, o advogado de Leandro Boldrini - pai do estudante Bernardo, 11 anos, e suspeito de participar da morte do menino - entregou na Delegacia Regional de Três Passos um pedido para que três policiais envolvidos no momento da prisão de Boldrini sejam chamados a depor. Jader Marques critica a informação da delegada Caroline Bamberg de que o pai demonstrou frieza ao ser detido temporariamente, em 14 de abril.

- A situação que está sendo apontada contra ele não condiz com o que ele me disse. No momento da prisão, ele perguntou se a Keli (madrasta de Bernardo) sabia o que tinha acontecido, se algo tinha acontecido com o menino - afirma Jader.

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Ao saber pelos policiais que o filho estava morto, Boldrini teria "desabado", tido uma crise de choro e teria avançado contra Keli. Ainda durante a manhã, uma escrivã solicitou a senha do celular de Boldrini, que está bloqueado. Jader disse que irá fornecer o dado e comprovar que o pai mantinha contatos diários por telefone com o filho.

- Era uma pessoa absurdamente dedicada ao trabalho e isso prejudicava o contato com o filho, mas não quer dizer que era um monstro, como a autoridade policial está dando a entender - comenta o advogado.

Minutos depois da declaração de Jader, a delegada Caroline chegou à delegacia. Ela disse que participou pessoalmente da prisão de Boldrini e Keli e que este pedido é um direito da defesa.

- Vocês acham que ele viria dizer: "meu cliente tem culpa?" Na hora que ele (Leandro Boldrini) recebeu a prisão, ele não desabou. Eu que contei o fato da morte do menino e ele foi extremamente frio nesta hora - reafirmou Caroline.

Relembre o caso

Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, uma sexta-feira, em Três Passos, município do Noroeste. De acordo com o pai, o médico cirurgião Leandro Boldrini, 38 anos, ele teria ido à tarde para a cidade de Frederico Westphalen com a madrasta, Graciele Ugolini, 32 anos, para comprar uma TV.

De volta a Três Passos, o menino teria dito que passaria o final de semana na casa de um amigo. Como no domingo ele não retornou, o pai acionou a polícia. Boldrini chegou a contatar uma rádio local para anunciar o desaparecimento. Cartazes com fotos de Bernardo foram espalhados pela cidade, por Santa Maria e Passo Fundo.

Na noite de segunda-feira, dia 14, o corpo do menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen dentro de um saco plástico e enterrado às margens do Rio Mico, na localidade de Linha São Francisco, interior do município.

Segundo a Polícia Civil, Bernardo foi dopado antes de ser morto com uma injeção letal no dia 4. Seu corpo foi velado em Santa Maria e sepultado na mesma cidade. No dia 14, foram presos o médico Leandro Boldrini - que tem uma clínica particular em Três Passos e atua no hospital do município -, a madrasta e uma terceira pessoa, identificada como Edelvania Wirganovicz, 40 anos, que colaborou com a identificação do corpo.


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