Opinião
Luiz Zini Pires: com medo de atacar, Enderson Moreira chama a derrota em Buenos Aires
O Grêmio não criou uma só situação de gol. Não ousou. Entregou-se ao duro sistema defensivo
O Grêmio foi valente, corajoso, tomado pelo clássico espírito de Copa Libertadores da América. Só. Marcou, marcou e marcou. Mas não jogou. Acertou uma vez no gol adversário em 90 minutos. Não criou uma só situação de gol. Não ousou. Entregou-se ao duro sistema defensivo.
Claro, perdeu outra, a terceira em sequência, por absoluta falta de qualidade e de futebol. O San Lorenzo mostrou-se um time comum, mesmo em Buenos Aires. A má fase gremista é tamanha que nem de time médio consegue ganhar, nem mesmo empatar.
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A má notícia é a derrota, 1 a 0, em outra falha coletiva da defesa, mais uma vez envolvendo Pará e Werley. A péssima é o mau futebol. A boa é que o escore mínimo pode ser revertido na Arena, quarta-feira que vem, às 22h. Mas não bastará correr e pegar, como em Buenos Aires. Será preciso apresentar bom futebol, atacar, trocar passes e fazer gol, dois gols. Fazer o básico do futebol. Gol é o que o Grêmio menos faz nas últimas semanas de maus resultados.
O Grêmio jogou inteiro na defesa. Ficou encolhido. Léo Gago chutou a bandeirinha de escanteio. Quatro volantes protegiam a zaga, com destaque para Geromel. Quando tentava atacar, não conseguia. Só Dudu funcionava em jogadas individuais, só, uma ilha. Barcos, outra vez, ficou cravado no meio da defesa e, de novo, sem reserva no banco. A grande área adversária era um deserto.
Nem Luan, ainda recuperando-se de uma fratura no braço, conseguiu oferecer vida ao ataque.
Com dois zagueiros, dois laterais sem qualidade ofensiva e quatro volantes, o gol é utopia. Enderson Moreira saiu satisfeito com seu esquema ultradefensivo, que só defende e não ataca. Perdeu só de 1 a 0. Disse que o time lutou. Perfeito. No futebol, luta, sem futebol, é igual a zero. 1 a 0, o Grêmio perdeu outra.