Segurança



Caso Bernardo

Menino foi dopado antes do assassinato, disse amiga de madrasta à polícia

Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, foi morto com uma injeção letal

16/04/2014 - 02h31min

Atualizada em: 16/04/2014 - 02h31min


Humberto Trezzi / Brasília
Humberto Trezzi / Brasília
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O menino Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desaparecido há 10 dias em Três Passos, foi dopado antes de sofrer uma injeção letal.

 A informação foi repassada à Polícia Civil pela assistente social Edelvânia Wirganovicz, que ajudou no assassinato. As apurações apontam que o homicídio foi planejado e executado pela madrasta da criança, a enfermeira Graciele Ugolini, com ajuda da amiga Edelvânia. Ambas estão presas por ordem da Justiça.

Conforme depoimento de Edelvânia, o menino foi dopado com barbitúricos e assassinado com uma injeção letal de um produto que ela não soube precisar, preparada pela enfermeira e madrasta do garoto. As duas teriam levado junto na viagem fatídica a filha de um ano e três meses que Graciele tem com Leandro Boldrini, pai do menino.

Edelvânia e Graciele viajaram de carro dia 4, uma sexta-feira, de Três Passos a Frederico, com a desculpa de comprar uma TV para o garoto. Ao chegar à casa da assistente social, misturaram pílulas dopantes no suco do menino, que adormeceu. Ele teria sido então assassinado com uma injeção, descreveu Edelvânia, a única até agora a colaborar com a Polícia Civil. Foi ela quem indicou aos policiais o lugar onde enterraram o menino.

Ela desconversa sobre como conseguiram fazer força suficiente para abrir a cova e sobre o que as levou a cometer o crime.

O pai do menino, o médico cirurgião Leandro Boldrini, também está preso, suspeito de ocultar informações sobre o crime e pistas que comprometiam sua mulher, Graciele. O casal e a amiga estão com prisão temporária decretada pela Justiça, por um prazo de 30 dias.

O corpo de Bernardo foi encontrado segunda-feira em Frederico Westphalen, cidade situada a cerca de 80 quilômetros de Três Passos, onde vivia. Estava numa cova de um metro de profundidade, envolto num saco preto, praticamente sentado dentro do buraco.

Menino foi encontrado morto na noite de segunda-feira

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O caso que chocou o Rio Grande do Sul

Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, uma sexta-feira, em Três Passos, município do Noroeste. De acordo com o pai, o médico cirurgião Leandro Boldrini, 38 anos, ele teria ido à tarde para a cidade de Frederico Westphalen com a madrasta, Graciele Ugolini, 32 anos, para comprar uma TV.

De volta a Três Passos, o menino teria dito que passaria o final de semana na casa de um amigo. Como no domingo ele não retornou, o pai acionou a polícia. Boldrini chegou a contatar uma rádio local para anunciar o desaparecimento. Cartazes com fotos de Bernardo foram espalhados pela cidade, por Santa Maria e Passo Fundo.

Na noite de segunda-feira, dia 14, o corpo do menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen dentro de um saco plástico e enterrado às margens do Rio Mico, na localidade de Linha São Francisco, interior do município.

Segundo a Polícia Civil, Bernardo foi dopado antes de ser morto com uma injeção letal no dia 4. Seu corpo foi velado em Santa Maria e sepultado na mesma cidade. No dia 14, foram presos o médico Leandro Boldrini - que tem uma clínica particular em Três Passos e atua no hospital do município -, a madrasta e uma terceira pessoa, identificada como Edelvania Wirganovicz, 40 anos, que colaborou com a identificação do corpo. O casal aparentava ter uma vida dupla, segundo relatos de amigos e vizinhos.Corpo do menino foi encontrado a 80 quilômetros de Três Passos:


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