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Violência no Trânsito

'Pedi calma e para virem, um a um, para a janela', conta sobrevivente que ajudou no resgate dos pacientes do micro-ônibus de Santiago

Assistente da Secretaria de Saúde relata como foram os momentos antes e depois do acidente

16/04/2014 - 10h57min

Atualizada em: 16/04/2014 - 10h57min


A assistente da Secretaria de Saúde de Santiago Nara Beloni da Rosa conhecia pelo nome todos os pacientes que estavam no micro-ônibus que se acidentou nesta manhã na BR-287, em São Vicente do Sul. Era ela quem agendava as consultas dos moradores que iam para outras cidades em busca de consulta médica.

Segundo Nara, que estava do lado esquerdo do veículo, atrás do motorista, ela vinha conversando com os pacientes que estavam acordados quando viu um caminhão vindo na direção do micro-ônibus:
_ Clareou tudo por causa dos faróis. Ouvi um estrondo e as pessoas pedindo socorro e gritando: tem gente morta aqui. Pedi calma e que não se mexessem, para virem, um a um, para a janela _ relatou a funcionária da prefeitura.

Nara teve a ajuda de outros sobreviventes e conseguiu ir tirando as pessoas que estavam em melhor estado de dentro do veículo. Segundo relatos, depois do choque com o caminhão, o micro-ônibus ainda andou 200 metros na pista antes de cair no barranco e tombar de lado. As pessoas mais feridas estariam do lado esquerdo do veículo, o mesmo do motorista, que foi atingido pelo caminhão.

Quem estava em condições de caminhar foi sendo retirado pela janela que ficou virada para cima. Outros veículos que trafegavam pela rodovia viram o acidente e pararam para ajudar.

_ Tinha medo que o ônibus virasse ainda mais ou incendiasse. Por isso, pedi que fossem vindo, com calma, um a um _ afirmou Nara no local do acidente.

A triste identificação

O agricultor José Lourenço Millioni Uberti, 56 anos, foi um dos que foi à BR-287 assim que soube do acidente. Ao lado da companheira Neli teve a dura missão de reconhecer os corpos da irmã mais velha Lice Uberti, 60 anos, e da sogra, Anair Rodrigues Assis, 78 anos.

_ Minha irmã era uma pessoa boa, cuidou de mim a vida toda e quando eu estive doente _ contou o agricultor muito abalado.

Sua companheira estava no micro-ônibus. Ela e a mãe iam consultar em Faxinal do Soturno. Neli conta que a mãe estava dormindo na hora do acidente.

_ Eu estava acordada, mas a mãe dormia. Senti um estrondo e os estilhaços de vidro. Senti que fiquei surda. Todo mundo começou a gritar e vi que algumas pessoas já conseguiam sair sozinhas.

Confira no mapa o local do acidente:


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