Conhecida nacionalmente por seu Carnaval e festa de São João, Recife ainda não tem confirmada a realização da Fan Fest, evento com telão e shows para torcedores durante o Mundial.

Enquanto a prefeitura não se decide pela realização da festa, comerciantes resolveram não esperar e começam a criar o clima de Copa na cidade, gradualmente decorando as vitrines em bairros tradicionais de compras, como Santo Antônio e São José.

Posicionados na entrada para atrair clientes, chapéus, tiaras, chaveiros, carteiras e bandeiras do Brasil são os cartões de visitas desses estabelecimentos comerciais.

- Já estamos recebendo turistas de fora, como da Argentina, EUA, Paraguai e Itália. Quanto aos brasileiros, o problema é que deixam para comprar tudo de última hora - conta Katia Cilene, gerente de uma loja no centro.

O movimento ainda está fraco, reconhecem os vendedores, mas os itens mais vendidos são exatamente os com as cores da Seleção. A esperança é que, em maio, as vendas aumentem com a ajuda do Dia das Mães.

No centro da capital pernambucana, comércios formais e informais se confundem pelas ruas históricas do município. Os vendedores veem no evento esportivo uma chance de mudar de vida, caso de Andrade Pereira, que largou emprego para vender bolas de futebol e bandeirinhas no bairro de Santo Antônio.

De acordo com o Ministério do Turismo, durante a Copa das Confederações os principais impactos na economia nacional foram para os segmentos de meios de hospedagem, gastronomia, entretenimento (bares e boates) e transportes (táxi e serviços de vans). De olho nisso, o Sebrae-PE promove encontros e seminários com pequenos empreendedores. Taxistas, proprietários de restaurantes e ambulantes vêm sendo capacitados. Outra categoria que recebe atenção especial são os artesãos.

- Muitos turistas estrangeiros não vão comprar grandes produtos, mas pequenas lembranças, como souvenirs - afirma Roberta Correia, gerente do Sebrae em PE.

Melhorar o design e acrescentar características de regionalidade aos produtos são alguns dos conhecimentos ensinados. Segundo Roberta, a Copa cria todo um ambiente festivo na cidade, onde vários setores podem ser beneficiados, basta enxergar a oportunidade.

Enquanto isso, a festa considerada oficial pela Fifa pode não acontecer no Recife. A prefeitura considera o custo da Fan Fest muito alto e avisou: não colocará dinheiro público no evento. Sobre o assunto, a prefeitura da cidade restringe-se a dizer que continua estudando alternativas. Nos bastidores se comenta que o governo municipal está atrás de patrocinadores. Afinal, não quer ser o único do País a não promover a festa, que é transmitida para o mundo todo. Caso a Fan Fest não ocorra, população e turistas no Recife poderão assistir aos jogos em telões montados nas estruturas e palcos do São João - fato já confirmado pela prefeitura.