Os termômetros do Olímpico subiram em abril. Os desastres dentro de campo fizeram Enderson Moreira balançar no cargo e exasperaram a torcida. O último episódio foi a investida contra Barcos, na madrugada de quinta-feira. A partir deste sábado, na Vila Belmiro, contra o Santos, o Grêmio tenta salvar o que ainda resta do ano. Mais do que dar segurança ao técnico, um bom resultado poderá sinalizar um mês de maio mais ameno.

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Abril se iniciou promissor, com duas vitórias pela Libertadores - 2 a 0 contra Nacional-COL e 1 a 0 contra Nacional-URU-, mas saiu dos trilhos a partir do Gre-Nal de Caxias do Sul. A perda do Gauchão não seria tão desastrosa se não tivesse sido acompanhada pela goleada de 4 a 1 frente ao rival histórico. Nada, contudo, que justificasse a onda de protestos que tomou forma nos dias posteriores. Faixas intimidatórias foram estendidas nas ruas e dentro do estádio e jogadores e dirigentes foram constrangidos com ameaças físicas. Episódios condenáveis, comuns em clubes do centro do país, como o Corinthians, de uma hora para a outra começam a se reproduzir em Porto Alegre. E levaram a direção, depois da eliminação na Libertadores, a reforçar a segurança no Olímpico para que os jogadores não fossem importunados durante os treinamentos.

Na sexta-feira, em entrevista coletiva, o argentino Barcos revelou ter sido ameaçado por um grupo de gremistas depois da partida contra o San Lorenzo. Nem mesmo a presença de sua filha diminuiu a ira dos torcedores, que chegaram a sacudir seu carro.

- Eu estava com minha filha no colo. Fiquei quieto, peguei meu carro e saí. Eles ficaram mais agressivos e eu contestei. Quando saí, bateram no carro. Mas o dia que o torcedor me tirar do clube, deixo o futebol e minha carreira. O torcedor não manda no clube. Quem manda é o dirigente. Se o presidente me mandar embora, tudo bem - reagiu o centroavante.

No último treinamento antes do jogo, Enderson não sinalizou quanto a modificações no time. O fato de não ter incluído Moisés na delegação é um indício de que o contestado Pará seguirá como titular. Rodriguinho e Alán Ruiz são candidatos a ganhar a vaga de Zé Roberto, outro jogador cujo prestígio está em queda. Mais do que dar segurança a Enderson, um bom resultado poderá sinalizar um mês de maio mais ameno.

BRASILEIRÃO, 3ª RODADA, 3/5/2014, 18h30min 
 
SANTOS: Aranha; Cicinho, David Braz, Jubal, Emerson; Arouca, Alan Santos, Cícero; Gabriel, Thiago Ribeiro, Leandro Damião. Técnico: Oswaldo de Oliveira
GRÊMIO: Marcelo Grohe; Pará, Werley, Pedro Geromel, Wendell; Edinho, Riveros, Zé Roberto (Rodriguinho), Luan, Dudu; Barcos. Técnico: Enderson Moreira

Arbitragem: Ricardo Marques Ribeiro (Fifa/MG), auxiliado por Guilherme Dias Camilo (MG) e Pablo Almeida da Costa (MG).

Local: Estádio Vila Belmiro, em Santos (SP)
O jogo no ar: a Rádio Gaúcha abre a jornada esportiva às 17h45min. O Premiere transmite. Consulte sua operadora para saber o canal.

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