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Defesa de Boldrini aponta defeitos na acusação e convoca promotora como testemunha

Jader Marques concedeu entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira

09/06/2014 - 16h54min

Atualizada em: 09/06/2014 - 16h54min








Letícia Costa / Agência RBS
Advogado mostra foto com roupas de Bernardo

O advogado Jader Marques, defensor do médico Leandro Boldrini, declarou que a investigação da Polícia Civil e a denúncia do Ministério Público sobre a morte de Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, apresentam defeitos graves. O defensor do pai de Bernardo apresentou, em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira, explicações para 12 indícios apresentados contra Boldrini, apontado como mentor do crime pela denúncia. Fotos e áudios foram elementos expostos à imprensa.

Em escuta telefônica, Boldrini fala sobre possível envolvimento da mulher no crime:

Além disso, Jader informou quem serão as 24 testemunhas de defesa e surpreendeu: arrolou a promotora Dinamárcia Maciel de Oliveira - autora da denúncia do caso à Justiça. A intenção do advogado é que ela responda a questionamentos envolvendo a ausência de investigação sobre o comportamento da madrasta, especialmente após o MP ter recebido um e-mail, em novembro de 2013, informando que Graciele Ugulini teria tentado asfixiar Bernardo com um travesseiro.

O Ministério Público (MP) comenta que o órgão e a promotora não vão se manifestar enquanto não tiverem conhecimento da alegação da defesa. Sobre a participação de Dinamárcia como testemunha de defesa, a assessoria de imprensa do MP diz que "como ela atuou sendo titular da ação penal, o entendimento dela sobre o assunto está materializado na denúncia". A participação da promotora como testemunha poderia até mesmo anular o processo e a exclusão pode ser solicitada ou definida pelo juiz.

> EXCLUSIVO: leia entrevista com o pai de Bernardo

Entre as outras testemunhas convocadas estão policiais, que presenciaram o momento da prisão de Boldrini, advogados envolvidos no inventário da mãe de Bernardo, pacientes e funcionários da clínica, médicos e moradores de Campo Novo, cidade natal do cirurgião. Além disso, dois irmãos e a mãe de Boldrini também devem ser ouvidos como informantes. Ainda não há data para a audiência em que as testemunhas de defesa serão ouvidas.

Jader disse que aguarda a chegada de algumas provas, como áudios de escutas telefônicas, e espera o julgamento do pedido de habeas corpus do cliente e da mudança de comarca, de Três Passos para Frederico Westphalen. Na primeira avaliação, o pedido foi negado pelo desembargador Nereu José Giacomolli.  

Comparação entre rubricas de Boldrini. Na folha branca, as repetições solicitadas por Jader e, à direita, a rubrica feita em receita de medicamento usado na morte de Bernardo. Defesa alega que assinatura da receita é falsa, pois apresenta um risco para baixo que não é feito pelo médico.
Foto: Letícia Costa, Agência RBS

Ouça outras escutas telefônicas apresentadas pela defesa

Diálogo entre Boldrini e a avó, sobre o desaparecimento do filho:

Amiga conversa com Edelvânia e fala rapidamente sobre possível amante de Graciele:

 

Confira a denúncia completa

 

Veja como teria ocorrido o crime


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