Vitória e preocupação
Argentina vence e vai às semi, mas pode perder Di María
Higuaín marcou o único gol sobre a Bélgica em Brasília
COPA DO MUNDO, QUARTAS DE FINAL, 5/7/2014
ARGENTINA
Romero; Zabaleta, Garay, Demichelis e Basanta; Mascherano, Biglia, Messi e Di María (Perez, 32'/1ºT); Lavezzi (Palacio, 25'/2ºT) e Higuaín (Gago, 35'/2ºT)
Técnico: Alejandro Sabella
BÉLGICA
Courtois; Alderweireld, Van Buyten, Kompany e Vertonghen; Witsel, Fellaini, Mirallas (Mertens, 14'/2ºT), De Bruyne e Hazard (Chadli, 30'/2ºT); Origi (Lukaku, 14'/2ºT)
Técnico: Marc Wilmots
Gol: no primeiro tempo, Gonzalo Higuaín (A), aos 7 minutos
Cartões amarelos: Biglia (A); Hazard, Alderweireld (B)
Arbitragem: Nicola Rizzoli, auxiliado por Renato Faverani e Andrea Stefani
Local: Mané Garrincha, Brasília
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Em campo, a Argentina passou com certa tranquilidade pela Bélgica, após vitória por 1 a 0 no Mané Garrincha, em Brasília. Fora dele, leva a preocupação com Di María. Lesionado na coxa, o meia é dúvida para o jogo das semifinais, na próxima quarta-feira, na Arena Corinthians.
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Tudo o que a Argentina precisava ocorreu logo a sete minutos, quando um passe de Di María bateu em Vertonghen e foi respingando em direção a Higuaín - até ali, na Copa, o Fred alviceleste. De primeira, o camisa 9 do Napoli bateu no canto do goleiro Courtois, dando à Argentina a tranquilidade para ditar o jogo no Mané. Foi o primeiro gol de Higuaín na Copa, eleito o craque do jogo.
- Estava tranquilo e trabalhando. Por sorte, o gol saiu em uma partida tão importante. Mas faltam dois jogos para realizar o sonho - ressaltou o centroavante após o apito final.
Nas arquibancadas, pela primeira vez a torcida argentina se via em menor número, o que não a deixou menos abusada. Mas serviu para cutucar os brasileiros a soltar o grito de "pentacampeão" cada vez que ouvia que "Maradona és mas grande que Pelé".
Nervoso e sem criatividade, o time belga só conseguiu chutar a gol aos 25 minutos. Do outro lado, a preocupação não foi o adversário, mas a fisgada na coxa direita de Di María.
Enquanto os jogadores aproveitavam a pausa para hidratação e a torcida brasileira homenageava o seu próprio desfalque com um coro de "Olê, olê olê olá, Neymar, Neymar", Di María recebia massagem. Mas não teve jeito. Dois minutos depois ele foi substituído por Pérez, meia do Benfica.
- Ele sentiu um desconforto muscular na coxa direita. Amanhã, faremos exames. Mas Pérez o substituiu muito bem. Tem bom temperamento, tem caráter, ajuda na marcação - elogiou o técnico Alejandro Sabella, procurando não demonstrar preocupação com seu camisa 7.
Adermais, havia Messi. Aos 38 minutos, ele deixou Brasília em pé ao se livrar dos dois gigantes black power da Bélgica de uma só vez. Entortou Fellaini (1m94cm) e Witsel (1m83cm) antes de ser derrubado novamente pelo primeiro na risca da área. A cobrança saiu por cima do gol.
No segundo tempo, a estratégia de deixar os belgas atacarem à vontade e sair rápido no contra-ataque ficou evidente. Foi como Higuaín quase marcou o segundo em uma pintura de lance. Em arrancada do meio-campo, deu uma janelinha no zagueirão Kompany antes de chutar por cima de Courtois.
Chamada ao campo da Argentina, a Bélgica atacava sempre pelos lados, mas de forma cada vez mais desordenada e infrutífera. Hazard, o meia do Chelsea e o mais famoso dos "Diabos Vermelhos" foi tão mal que terminou substituído aos 29 minutos.
Como prêmio de consolação, o gigante Courtois se manteve invicto contra Messi, mesmo cara a cara com o camisa 10 aos 45 minutos do segundo tempo. A Bélgica ainda perderia um gol nos descontos, com Lukaku, que não soube o que fazer com a bola na pequena área e foi interceptado por Garay. Assim, a chamada geração de ouro da Bélgica encerrou sua participação neste mundial.
Já a Argentina volta a uma semifinal, o que não ocorria desde 1990, na Itália. Aquela campanha em que "Maradona nos driblou e Caniggia nos ferrou", conforme tanto nos lembram os argentinos na musiquinha que azucrina os estádios desta Copa.