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Desenvolvimento humano

Brasil sobe uma posição no IDH, mas sofre para vencer desigualdade

País passou da 80ª para a 79ª posição em ranking da ONU de desenvolvimento, mas é o mais desigual entre os 100 países melhores avaliados

24/07/2014 - 02h07min

Atualizada em: 24/07/2014 - 02h07min


Um país suavemente melhor, algo raro em um cenário de recessão internacional. Porém, com a dificuldade histórica de vencer a desigualdade. Este é o Brasil conforme o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ranking anual elaborado pela ONU para avaliar a evolução dos países além do simples crescimento econômico.

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O IDH avalia dados relativos à expectativa de vida, educação e renda. Se considerada a metodologia aplicada neste ano (diferente do ano passado), o IDH do Brasil foi de de 0,744 em 2013 frente a 0,742 em 2012, passando da 80ª para a 79ª em posição entre os 187 países analisados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). De uma escala que vai de Muito Alto a Baixo, o Brasil é considerado de "Alto Desenvolvimento Humano."

O índice do Brasil é composto por três eixos: expectativa de vida de 73,9 anos, renda per capita de US$ 14.275 por ano e conta com dois dados relativos a educação: média de anos de estudo (7,2) e anos esperados de escolaridade ao ingressar na escola (15,2). Apenas 38 países galgaram posições no ranking ao comparar os dados de 2012 e 2013.

Cinco deles na América Latina e Caribe: além do Brasil, ganharam posições Chile, Suriname (uma cada) Panamá e Uruguai (duas).

- Brasil mostra uma melhora consistente nos últimos 30 anos. Em nível global, é um dos países que mais melhorou. Melhorias estruturais, como a consolidação da democracia, estabilidade econômica e expansão e universalização da educação - elogiou o argentino Jorge Chediek, representante residente do Pnud e coordenador do sistema ONU no Brasil.

Embora a evolução de 0,95% ao ano entre 1980 e 2013 seja aplaudida pela ONU, o Brasil ainda está distante de alguns países da própria América Latina, como Chile (41), Argentina (49), Uruguai (50) e Venezeula (67). É o único destes, por exemplo, em que a média de escolaridade é inferior a oito anos de formação - é de 7,2 anos.

- O Brasil não está muito melhor porque o passivo histórico é enorme. Estamos falando de um país que, há apenas 30 anos, tinha metade da sua população praticamente de analfabetos - contemporiza Chediek.

Paralelamente ao IDH, a ONU divulga o IDH Ajustado à Desigualdade (IDHAD). Neste, a avaliação do país cai conforme seus índices não se verificam em toda a população de forma proporcional. O Brasil cairia de 0,744 de IDH para 0,542 de IDHAD, e estaria 16 posições abaixo no ranking.

Em razão, sobretudo, da má distribuição de sua renda, a redução de 27% do IDH para o IDHAD faz do Brasil o mais desigual entre os 100 melhores avaliados.

- Não que isso torne o país pior ou sua avaliação inferior, mas o dado é divulgado para demonstrar que a desigualdade está lá. Existe e precisa ser corrigida - avalia Andrea Bolzon, coordenadora do Relatório de Desenvolvimento Humano nacional.

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