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Braço direito

Novo auxiliar técnico da Seleção, Andrey Lopes tem a personalidade oposta à de Dunga

Aos 40 anos, porto-alegrense Cebola é um cara brincalhão, sorridente e de bem com a vida

25/07/2014 - 23h19min

Atualizada em: 25/07/2014 - 23h19min


Adão Júnior
Adão Júnior
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Omar Freitas / Agencia RBS
Dunga e Andrey terão a missão de levar o Brasil com uma equipe competitiva à Rússia em 2018

De treinador ou auxiliar técnico das categorias de base da dupla Gre-Nal a assistente de Dunga foram anos de aprendizado e histórias. Brincalhão e sorridente, o porto-alegrense Andrey Lopes, 40 anos, foi chamado para completar o trabalho do ex-capitão do tetra justamente pela personalidade oposta. Será o braço direito de Dunga na Seleção Brasileira para a missão Rússia 2018.

- Chamei o Andrey pela competência, pelo trabalho que a gente fez juntos no Inter e, principalmente, como é um ano de renovação, por ele ter esse conhecimento de categoria de base, de buscar jovens jogadores. O trabalho do dia a dia também é muito importante, do treinamento de futebol, do conhecimento sobre futebol, de mudança tática. É um cara que faz muitas observações de jogadores, no Brasil e no Exterior - elogia Dunga.

Na base, Andrey trabalhou com jogadores como o goleiro Cássio, natural de Veranópolis e hoje no Corinthians, o volante Lucas Leiva, o meia Douglas Costa, os atacantes Luiz Adriano e Alexandre Pato, entre outros. Também conhece as qualidades do caxiense Alex Telles, ex-Juventude e Grêmio e hoje no futebol da Turquia. Querendo ou não, uma indicação dele pode influenciar o comandante.

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- Todos esses jogadores que estão numa idade boa para 2018 e que podem somar na Seleção serão observados. Isso não implica que serão chamados só porque foram indicados, vai depender do rendimento que eles vão ter daqui para a frente - diz Dunga, olhando para o auxiliar.

Os dois se deram tão bem no Inter no ano passado que a parceria promete perdurar por muito tempo. Foram apresentados pelo preparador físico Paulo Paixão, que conheceu Andrey Lopes no Grêmio. Na verdade, Cebola.

O apelido vem desde os tempos do Colégio Anchieta, em Porto Alegre. O irmão Alex, três anos mais velho, tinha os cabelos espetados e o chamavam de Cebola ou Cebolinha, como nas histórias da Turma da Mônica. Andrey, então, herdou o mesmo apelido:

- O apelido nem era meu, mas me chamavam de o irmão do Cebola. Aí pegou, não teve jeito. Não fico chateado pelo apelido, mas prefiro Andrey.


Foto: Omar Freitas


Cebola começou a trabalhar nas escolinhas do Inter depois que parou de jogar como atacante na base do Grêmio e São José. Foi galgando categoria por categoria, da sub-12 até a sub-17. Um título aqui e outro acolá.

Inquieto, vivia observando os treinos do time profissional, o que faziam um Paulo Autuori ou um Carlos Alberto Parreira da vida. Ficou cerca de 10 anos no Beira-Rio até se aventurar na Ulbra. Também teve uma passagem pelo Cerâmica.

Em 2005, recebeu o convite de Julinho Camargo. Virou auxiliar técnico nos juniores do Grêmio e, depois, treinador. Conquistou títulos nacionais e internacionais e chamou a atenção pelo trabalho e o bom relacionamento com todos.

- Aprendi muito com vários técnicos e um deles foi o Julinho. No profissional, trabalhei também com o Renato Portaluppi e depois com o Dunga, através dessa amizade que surgiu por intermédio do Paulo Paixão. Sou um cara organizado, estudioso. Essa oportunidade na Seleção é fruto do meu trabalho. Fiquei surpreso quando chamaram o Dunga de novo para a Seleção e aí veio aquela expectativa se ele ia me chamar, porque quando ele não estava treinando nenhum time, a gente sempre conversava - conta o auxiliar.

Formado em educação física pelo IPA, Andrey Lopes encontrou na parte técnica a carreira que jamais teve chance como jogador. Chegou à Seleção Brasileira para fazer história.

- Não tem como não ficar feliz com a Seleção Brasileira, mesmo em momento ruim. Se para o jogador isso é o ápice, para nós, profissionais da área, também é - comemora, para a felicidade também da esposa Cristiane e da filha Alice, de quatro anos.


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