Esportes



Trabalho em equipe

Voluntariado faz surgir a esgrima paralímpica e garante os treinos

Além do técnico Eduardo Nunes, o grupo recebe o auxílio dos preparadores físicos Ricardo Pavani e Virna Canova

25/07/2014 - 05h03min

Atualizada em: 25/07/2014 - 05h03min


Bruno Alencastro / AgênciaRBS
Ricardo Pavani e Virna Canova são os preparadores físicos voluntários que trabalham com o grupo

O ambiente bem humorado e alegre que inicialmente encantou Vanderson tem uma explicação. O grupo de esgrima paralímpico surgiu de forma voluntária há dez anos, em Porto Alegre,  a partir de uma parceria do União com a Asasepode (Associação dos Servidores da Área de Segurança Portadores de Deficiência).

A meta passava longe de formar atletas para competição. Nem se cogitava isso. O objetivo maior era, e continua sendo, fazer com que o esporte proporcione uma mudança na vida das pessoas com necessidades especiais. Justamente por isso é que os treinos são mais tranquilos, intercalados por brincadeiras. Mas isso não significa indisciplina.

- O objetivo é que eles se façam cidadãos. No final a gente tem muito mais orgulho do que o esporte fez na vida deles do que das competições. O que eu mais gosto é ver eles contentes, é ver essa independência - explica o técnico Eduardo Nunes, que, ao lado de Alexandre Teixeira, técnico do Grêmio Náutico União, iniciou a modalidade em Porto Alegre.

Em vídeo, conheça Vanderson Chaves, uma das apostas para a Paralimpíada de 2020

 

Em 2005, Nunes e Teixeira organizaram a primeira competição no Brasil. O esporte era pouco difundido no país e não possibilitava combates. Logo depois, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) passou a gerir a esgrima adaptada, e as competições realmente começaram a acontecer. Atualmente, são três a nível nacional, e os atletas também participam das internacionais. São os resultados dos jogos no Brasil que determinam os três primeiros atletas do ranking brasileiro, automaticamente convocados para a Seleção Brasileira Paralímpica, na modalidade Esgrima em Cadeira de Rodas, que se divide nas armas florete, espada e sabre (o Brasil disputa nas duas primeiras).

Em Porto Alegre, o grupo de esgrima também recebe o apoio de outros dois voluntários, os preparadores físicos Ricardo Pavani e Virna Canova. Além de auxiliar no treinamento físico, os dois contribuem emprestando materiais para as atividades. Mas a ajuda dos voluntários é tão importante para os atletas quanto a convivência diária é para Ricardo e Virna.

- É uma experiência muito grande trabalhar com eles, ver esta determinação, essa força de vontade. Eles transpõem os limites que a deficiência coloca. E têm ainda as conquistas no meio esportivo, que para nós é muito relevante - coloca Pavani, que trabalha com o grupo de forma voluntária desde 2008 e também é preparador físico da Seleção Olímpica de Esgrima.

Veja imagens de um treino de Vanderson:


MAIS SOBRE

Últimas Notícias