Porto Alegre



Raízes por tubos

Smam retira 10 árvores do Parcão para obra de drenagem

Frequentadores questionaram supressão dos vegetais

21/08/2014 - 11h43min

Atualizada em: 21/08/2014 - 11h43min


Bruna Vargas - de Tramandaí
Enviar E-mail
Rogenio Vidart / arquivo pessoal
Vegetais cortados, a maioria de espécies exóticas, ficavam perto dos sanitários

O Parque Moinhos de Vento amanheceu com 10 árvores a menos na manhã desta quinta-feira. O motivo da supressão dos vegetais, cinco deles de espécies exóticas, três nativos e dois secos, é uma obra do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) para amenizar os alagamentos recorrentes no Parcão.

A obra de drenagem, que terá início na próxima semana, instalará 346 metros de tubulação em concreto, da Avenida Goethe até a área junto ao estacionamento da Rua Comendador Caminha, passando por biblioteca e sanitários. O entorno do banheiros, que não contava com rede de drenagem, é um dos locais mais afetados em dias de chuva intensa.

- As intervenções nos vegetais foram necessárias em função da escavação que vai haver no local e de conflitos das raízes com a tubulação - explicou o titular da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam), Cláudio Dilda.

Grupo defende que moinho do Parcão volte a funcionar
Problema de iluminação deixa Parcão vazio à noite

Conforme a secretaria, os ipês, nativos, não apresentavam "condições técnicas que justificassem o transplante, um procedimento complexo, oneroso e que nem sempre traz resultados esperados". Já a pitangueira, também nativa, não responderia bem a esse tipo de procedimento. A Smam não realiza o transplante de árvores exóticas, nem de vegetais em mau estado.

Os restos das árvores, que foram cortadas na tarde de quarta-feira, impressionaram frequentadores do Parcão na manhã desta quinta. Morador da Rua Félix da Cunha, o aposentado Luiz Carlos Stocker sentiu falta da gigante seringueira que fazia sombra perto dos sanitários.

- Tinha só os tocos das árvores. Achei horrível. Troquem os canos, mas deixem as árvores - reclamou Stocker.

Segundo a Smam, a seringueira de cerca de 14 metros de altura foi a primeira árvore a ser suprimida, porque suas raízes atingiam a tubulação. Após a conclusão das obras, que durarão 90 dias, novas mudas, todas nativas, serão plantadas no parque.

Leia todas as notícias de Porto Alegre
Leia as últimas notícias de Zero Hora

Veja quais foram as árvores suprimidas:

- Dois vegetais secos, sem condições de identificação, com altura média de 5 metros
- Duas uvas-do-japão (Hovenia dulcis) com altura média de 7 metros, infestadas por de erva de passarinho
- Um cipreste (Cupressus sp) seco, com altura de 4 metros
- Dois ipês-amarelos (Androanthus crysotricha), com altura média de 7 metros, infestados por de erva de passarinho.
- Um brachichito (Brachychiton populneus), em bom estado, com altura de 8 metros
- Uma pitangueira (Eugenia uniflora), em bom estado, com altura de 7 metros
- Uma falsa seringueira (Ficus elastica), em bom estado, com altura de 14 metros


MAIS SOBRE

Últimas Notícias