Corrida ao Piratini
Cinco momentos do debate entre os candidatos a governador
Apesar do embate tranquilo, concorrentes protagonizaram situações polêmicas - e descontraídas
Os estúdios da Rede Pampa, em Porto Alegre, serviram de palanque para que os candidatos ao Piratini repetissem as discussões mais frequentes na campanha: a dívida pública e o piso do magistério.
Sem propostas novas, os principais concorrentes protagonizaram, em quase duas horas na noite desta terça-feira, um embate tranquilo - mas isso não significa que não tenha havido polêmica e até descontração. Veja como foram cinco momentos do debate:
No Guiness Book
Vieira da Cunha (PDT) voltou a relembrar a história de que o ex-governador Leonel Brizola, orgulhoso de ter construído 6,3 mil escolas, reivindicaria um lugar no Guiness Book. O governador Tarso Genro (PT) aproveitou o mote para provocar o trabalhista:
- Também vou querer um lugar no Guiness. Dei 76% de aumento para o magistério em quatro anos, o maior da história.
A declaração indignou o pedetista. Ele afirmou que Tarso descumpriu a lei do piso, assinada pelo governador quando era ministro da Educação.
- Em 2010, tu dissestes que ia cumprir a lei. Tu tens que te inscrever em outro almanaque - exaltou-se, num gesto classificado como "teatro" pelo petista.
CC no Senado
Temendo ataques dos adversários, Ana Amélia Lemos (PP) iniciou o debate na defensiva. Em sua primeira participação, reclamou do "aumento da boataria" na reta final da corrida ao Piratini, embora tenha assegurado que essa reação não a abalaria.
Ela voltou a reclamar quando Roberto Robaina (PSOL) recordou a passagem dela no gabinete do senador biônico Octávio Omar Cardoso, entre 1986 e 1987, como cargo em comissão (CC).
- Lamento que o senhor tenha descido ao nível rasteiro da campanha eleitoral - afirmou Ana Amélia.
Robaina reagiu. Destacou que tocou no assunto para tentar mostrar que a candidata "tem ligação com o PP desde que o partido era a expressão dos interesses da ditadura".
- Só estou reconstituindo sua trajetória, tanto que nem citei que a senhora era CC no gabinete do seu marido.
Não é bem assim
É possível Ana Amélia Lemos se sentir satisfeita com uma declaração de Tarso Genro? Por minutos, os telespectadores do debate acreditaram que sim.
- Fico gratificada com o reconhecimento do governador de que o PP valoriza a agricultura familiar - afirmou a senadora.
Ela se referia a uma participação anterior do petista no debate, que respondia a Robaina por que o PT era aliado do PP em mais de 70 municípios gaúchos. Tarso não gostou da reação de Ana Amélia:
- O que falei é que o PP é ligado à agricultura familiar (e essa seria uma das razões da aliança nas cidades). O que a senhora disse é diferente do que falei.
Sempre em construção
Ao fazer um questionamento sobre segurança, José Ivo Sartori (PMDB) aproveitou para divulgar o lançamento do seu plano de governo, ocorrido nesta terça-feira. Abriu um flanco para ouvir uma provocação de Vieira da Cunha:
- Quero saudá-lo pelo lançamento do plano de governo. Antes tarde do que nunca - afirmou, lembrando que seu programa está pronto desde o primeiro semestre.
O peemedebista não se abalou:
- O nosso programa nunca está concluído. Está sempre em construção.
Sartorão das massas
Sartori destinou seu discurso final para flertar com os jovens. Ele citou um apelido que começa a ganhar as redes sociais - e garantiu um dos picos de tuítes sobre o debate, conforme monitoramento de Zero Hora (veja quadro abaixo).
- Agradeço a juventude pela mobilização na internet, inclusive me chamando de Sartorão da Massa, embora o apelido não caiba muito para mim.