Praça (quase) tomada
Calor e movimento ainda incipiente marcaram abertura da 60ª Feira do Livro de Porto Alegre
Durante a cerimônia, prefeito da Capital prometeu criar um centro cultural no local
Conversa de bar, passeio com os filhos e busca por bons preços: tudo isso em praça pública. Foi assim o primeiro dia da 60ª edição da Feira do Livro de Porto Alegre. A cerimônia de abertura, com autoridades e patrocinadores, ocorreu nesta sexta-feira às 19h, no centro da Praça da Alfândega, mas o público já circulava pelas bancas, abertas desde o início da tarde.
Conhecido por seus livros de viagem, Ortiz discursou por 20 minutos, nos quais contou uma anedota sobre uma escalada do Himalaia junto a um cientista da Nasa. Na história relatada pelo patrono, o cientista revelou "o segredo de sua maior descoberta científica": a Praça da Alfândega, no centro da capital gaúcha, possui um portal para o passado, o futuro e outros mundos, portal este que se abre toda última sexta-feira de outubro e se mantém assim pelas duas semanas seguintes.
- Sugiro ao prefeito José Fortunati que crie aqui um monumento à leitura, chamado de Portal do Livro - arrematou Ortiz.
Mapa da feira: confira onde está seu espaço preferido
Confira os destaques do 1º fim de semana
Saiba quem são as estrelas do evento
Logo depois, o próprio prefeito fez sua fala. Não respondeu à proposta de Ortiz, mas afirmou que, para o próximo ano, pretende inaugurar um centro cultural na Praça da Alfândega.
Ana Cristina Wanzeler, representando Marta Suplicy, leu o discurso da ministra da Cultura:
- Essa Feira é um patrimônio, motivo de orgulho para o Brasil.
Confira, ao lado, o registro da movimentação e, na página seguinte, um pouco do que o evento reserva para hoje.
Tempo de raridades
A sexta-feira teve alamedas movimentadas, mas não lotadas. Os primeiros dias de Feira, vale lembrar, são considerados os melhores para quem está em busca de bons preços e livros raros.
- É bom vir no início. Há títulos com poucos exemplares que logo se esgotam _ diz Guilherme Matzenbacher, da livraria Mosaico.
O leitor José Foglio Bonda, 69 anos, tem outro motivo para visitar a Feira nos primeiros dias:
- Tem menos gente. É mais tranquilo para olhar tudo.
Feira das famílias
Conduzindo os pais pela mão, as crianças ocuparam a Área Infantil, nesta sexta. As famílias tendem a ser um público fiel, vindo várias vezes à Feira. É o que aponta Anderson Isquierdo, que acompanhava as filhas Amanda, 6 anos, e Maria Eduarda, 9:
- Voltaremos. As meninas já se interessaram por atividades que serão realizadas em outros dias.
Ao fim do corredor de bancas, um mural convida os pequenos a deixarem mensagens. Ao menos uma era inspirada
Agitação no bar
A Praça de Alimentação está diferente neste ano, com mesas amplas e maior variedade de produtos. Nesta sexta, estava cheia.
- Está mais aconchegante, as mesas também são úteis para ler e olhar a programação do evento - avalia a funcionária pública Marli Quadros, 55 anos.
E nada de tranquilidade: o bar prevê recitais para o fim de tarde, e um estande que vendia comidas, pertinho dali, nesta sexta animava o público com uma seleção musical bate-estaca.