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Da várzea carioca ao Grêmio: conheça Erik, a nova aposta de Felipão

Meia-atacante de 19 anos deve ser titular contra o Coritiba

24/10/2014 - 19h47min

Atualizada em: 24/10/2014 - 19h47min


Marco Souza
Marco Souza
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LUCAS UEBEL / Grêmio

- Mãe, tá em casa? Tenho uma boa notícia.

- Fala!

- O Felipão me chamou para treinar com o profissional. Estou feliz demais.

Um mês depois do diálogo de setembro, Erik, 19 anos, está próximo de fazer ainda mais. O meia-atacante treinou como titular na sexta-feira e deve ser o parceiro de Barcos no ataque neste sábado contra o Coritiba.

A carreira de Erik no futebol começou com um toque de sorte. Apesar das dificuldades financeiras, os pais Sandro e Erika se esforçavam para que o filho pudesse jogar em Três Rios, cidade do Interior do Rio de Janeiro, quase na divisa com Minas Gerais. Mesmo com os sacrifícios, questões fora do universo do futebol limitavam as chances nos clubes de classe média-alta locais.

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- Não o colocavam porque era negro e pobre - lamenta a mãe Erika.

Aos 12 anos, um acidente quase inviabilizou o sonho de ser jogador. Erik acompanhava o pai em uma pelada no campo do Sesc, um dos clubes da cidade. Coube ao irmão Alexsander, um ano mais novo, dar a notícia para a mãe.

- Ele subiu na mesa, e o mármore quebrou. Um pedaço entrou no tornozelo e cortou o tendão. O presidente do clube o levou para o hospital. O Erik ficou esperando atendimento no corredor. Deus olhou para ele. Um especialista que estava na cidade se ofereceu para fazer a cirurgia, que foi um sucesso - relembra Dona Erika.


Foto: Arquivo pessoal

Um ano depois, já recuperado, Erik foi convidado por um amigo para um jogo em Além Paraíba, a 80 quilômetros de Três Rios. Viajou acompanhado do pai. Olheiros se encantaram com os dribles do guri franzino nos adversários, quatro anos mais velhos. Pediram os telefones da família e prometeram trazê-lo para o Sul. A mãe, a princípio, foi contra. Não queria que o filho sofresse nova decepção.

- Ele já tinha tido tantas portas batidas na cara que não queria que sofresse outra desilusão - explica ela.

Os olheiros cumpriram as promessas. Indicaram Erik para o empresário Carlos Daneluz, que o trouxe para o Juventude em 2009. Foram dois invernos na Serra até que o Grêmio fosse a Caxias buscá-lo. Em janeiro de 2012, desembarcou no Olímpico para cumprir a trajetória que tem seu ponto alto neste sábado.


Erik e a família. Foto: Arquivo pessoal

Mesmo de longe, a mãe Erika garante que o filho mantém comportamento exemplar. Garante ter ensinado desde cedo que a vida exige responsabilidades. Desde pequeno, conta ela, Erik tinha tarefas a cumprir além da bola. Como, por exemplo, dar uma mão nos afazeres domésticos, como manter o banheiro limpo.

Neste sábado, Dona Erika sentará diante da TV para conferir a estreia do filho. Se repetir o que tem feito nos treinos, Erik a deixará satisfeita. O guri conquistou a confiança de Felipão com velocidade, dribles e bom aproveitamento nas cobranças de faltas e nos cruzamentos. Até mesmo o goleiro da Seleção se impressionou com a precisão do novo companheiro:

- Ele bate muito forte na bola. É um chute diferente - observa Marcelo Grohe.

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