Tecnologia



Churrascão virtual

Grupo da família no Whatsapp: forma de reaproximar parentes distantes ou chatice de velhos?

Juntar todo mundo virtualmente também pode gerar situações engraçadas: veja prints divertidos

08/10/2014 - 17h21min

Atualizada em: 08/10/2014 - 17h21min


Gustavo Foster
Gustavo Foster
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Grupos com parentes no Whatsapp muitas vezes irritam os mais jovens, que só querem trocar mensagens com seus amigos, sem a vigilância dos pais

Se você tem 25 anos ou menos, é provável que tenha agradecido aos céus quando o Whatsapp inaugurou a opção "silenciar por um ano". Se você tem mais de 50, é possível que nem saiba do que estamos falando. É que no aplicativo, virou quase regra ter um grupo com todos os familiares - aquela coisa de não perder contato, aproximar gerações e saber do cotidiano de parentes distantes. Em resumo, um constante e ininterrupto churrascão de domingo com os avós, pais, primos e tios - o que, para os mais novos, pode não ser a melhor das notícias.

- Esses dias, a gente criou um estatuto do Whatsapp. Meu pai ficava mandando vídeos, textos enormes com histórias que ninguém lia. Criamos regras, sob pena de apreender o celular de quem as descumprir - diverte-se a estudante de arquitetura Juliane Arenhart, de 23 anos, que mantém uma conversa coletiva com os três irmãos, os pais (que já são cinquentões) e os cunhados.

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Essa inaptidão dos mais velhos com as novas tecnologias já afastou a piazada do Facebook - uma pesquisa divulgada no final do ano passado mostrou que usuários da rede social que têm entre 16 e 18 anos passaram a usar aplicativos como Snapchat, Twitter, Instagram e Whatsapp, que ainda não são tão populares entre a geração antecessora. Ou melhor: não eram.

- Foi complicado para as parentes mais velhas entenderem como funcionava um grupo no Whatsapp. Elas ficavam confusas, porque eram muitas conversas paralelas, ficavam mandando só "não tô entendendo". Tivemos que parar para explicar - conta a vendedora Marja Schutz, que desenvolveu uma estratégia: ela tem um grupo com a irmã, a mãe, a tia e duas primas e outro sem as duas familiares mais velhas (se isso era segredo, desculpe, Marja!).

Apesar das inconveniências, há um mérito que não se pode ignorar: nunca houve forma tão rápida e barata de comunicação entre pessoas distantes. Entre as mensagens, é comum ver primos do Interior trocando fotos de bebês recém-nascidos, irmãs monitorando a saúde da mãe que mora longe, sobrinhos falando sobre novidades do dia-a-dia que dificilmente contariam por telefone. Além de ajudar parentes distantes a manter contato, as conversas pelo aplicativo podem até ajudar familiares a resolverem problemas antigos. Foi o caso de Rodrigo Messias, que tinha um relacionamento complicado com pais e irmãos - apesar de todos morarem debaixo do mesmo teto - e conseguiu resolver parte do problema por meio das letras frias na tela do celular:

- O grupo da família foi bem relevante na nossa reaproximação. A adolescência nos separou, mas hoje todo mundo pergunta o que comprar no supermercado. Houve outros processos, mas o Whatsapp melhorou bastante a comunicação - explica.

Quem são os personagens mais comuns nos grupos de família do Whatsapp

O tiozão piadista
Não é necessariamente o irmão da sua mãe ou do seu pai - "tiozão", nesse caso, é genérico. É aquele familiar que se acha mais engraçado do que é, está sempre de bom humor e compartilha todas as zoeiras que você já viu no Twitter há três meses.

A vovó perdida
Ela se confunde com o corretor ortográfico, não consegue acompanhar a velocidade das conversas, manda fotos com o dedo na frente. É preciso muita paciência para aguentar "bom dia", "fiquem com Deus" e "aqui em Pelotas, muita chuva" todos os dias - mas ela é a vovó, tem que aguentar.

A mãe coruja
Por e-mail, a leitora Marjana de Souza conta que, no seu grupo de família, os primos mais novos sofrem com os tios controladores:

- Na última vez, começamos a dar bom dia e um deles também respondeu. Menos de um minuto depois, a mãe dele respondeu: "Tu não devia tá na aula, piá?" O Whats nos mantém conectados, até demais - diz ela.

O bebê recém-nascido
Quem tem bebê na família vai entender: não há celular com memória suficiente para suportar tantas fotos, tantos vídeos e tantas mensagens sobre o novo membro da família. Chega uma hora em que a solução é o louvável "silenciar por uma semana".

E você, tem alguma história divertida, de reaproximação ou de chatices dos seus familiares no Whatsapp? Conta para a gente nos comentários. E mande prints de conversas engraçadas nos grupos da família no aplicativo para leitor@zerohora.com.br.


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