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Caso Bernardo

Ouvido pela Justiça, padrasto de Graciele diz que Boldrini tem envolvimento no crime

Para a testemunha, houve um complô para que a culpa pelo crime recaísse apenas sobre a madrasta

24/10/2014 - 18h17min

Atualizada em: 24/10/2014 - 18h17min


Marcelo Oliveira / Agencia RBS
Em Três Passos, cerca da casa dos Boldrini foi transformada em memorial para Bernardo

O padrasto de Graciele Ugulini, Sérgio Glauco da Silva Rolim de Moura, foi ouvido pela Justiça na tarde desta sexta-feira em Santo Ângelo, nas Missões. Ele é a penúltima testemunha arrolada pelo Ministério Público no caso que apura a morte do menino Bernardo Uglione Boldrini.

A audiência foi presidida pelo juiz Carlos Adriano da Silva e realizada no Foro de Santo  Ângelo. O depoimento iniciou às 15h e durou uma hora e meia. A testemunha falou sobre a rotina de Graciele e do companheiro, o médico Leandro Boldrini.

Para o depoente, Bernardo não tinha medo de andar com a madrasta, e, inclusive, já havia viajado sozinho com ela. Moura também relatou que o relacionamento de Graciele e do médico começou apenas quando ele já era viúvo. A mãe de Bernardo morreu em 2010. A Polícia Civil afirmou que ela cometeu suicídio, mas uma perícia particular concluiu que ela foi assassinada.

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A testemunha também disse que a enteada sempre se sustentou sozinha, mas que não tinha patrimônio. Para ele, Leandro Boldrini tem envolvimento no crime e houve um complô inicial para que a culpa pelo crime recaísse apenas sobre Graciele. Moura afirmou ainda que o casal deve ser responsabilizado pelo fato de forma proporcional às suas participações.

O pai do menino, o médico Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini, Edelvânia Wirganovicz e o irmão dela, Evandro Wirganovicz, respondem ao processo criminal pelo homicídio da criança e estão presos. Os três primeiros foram acusados por homicídio quadruplamente qualificado (por motivos torpe e fútil, emprego de veneno e recurso que dificultou a defesa da vítima) e todos por ocultação de cadáver. Boldrini ainda responde por falsidade ideológica.

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Avó materna do menino será ouvida na próxima quinta-feira

Na próxima quinta-feira, dia 30/10, a avó materna do menino, Jussara Uglione, será ouvida no Foro de Santa Maria, na Região Central. Ela é a última das 25 testemunhas arroladas pelo Ministério Público, autor da ação criminal que tramita na Comarca de Três Passos e apura a morte da criança, ocorrida em abril.

O depoimento terá início às 9h, na 1ª Vara Criminal da Comarca, e será conduzido pelo Juiz de Direito Ulysses Fonseca Louzada. A oitiva da avó aconteceria no dia 16 de outubro, mas teve de ser adiada devido a problemas de saúde da testemunha.

Depois, o Juiz de Direito Marcos Luís Agostini, titular do processo, deverá marcar as datas das audiências para inquirição das testemunhas arroladas pelas defesas dos réus. Ao todo, serão 47 depoimentos, 24 a serem prestados em Três Passos e os demais por meio de cartas precatórias em outras comarcas. Inicialmente, 52 pessoas seriam ouvidas, mas houve cinco desistências.

Relembre o caso

Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, uma sexta-feira, em Três Passos, município do Noroeste. De acordo com o pai, o médico cirurgião Leandro Boldrini, 38 anos, ele teria ido à tarde para a cidade de Frederico Westphalen com a madrasta, Graciele Ugulini, 36 anos, para comprar uma TV.

De volta a Três Passos, o menino teria dito que passaria o final de semana na casa de um amigo. Como no domingo ele não retornou, o pai acionou a polícia. Boldrini chegou a contatar uma rádio local para anunciar o desaparecimento. Cartazes com fotos de Bernardo foram espalhados pela cidade, por Santa Maria e Passo Fundo.

Na noite de segunda-feira, dia 14, o corpo do menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen dentro de um saco plástico e enterrado às margens do Rio Mico, na localidade de Linha São Francisco, interior do município.

Segundo a Polícia Civil, Bernardo foi dopado antes de ser morto com uma injeção letal, no dia 4. No dia 14, o pai do menino, o médico Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini e a amiga da madrasta, Edelvânia Wirganovicz foram presos. Edelvânia admitiu o crime e apontou o local onde a criança foi enterrada. No dia 10 de maio, o irmão de Edelvânia, Evandro Wirganovicz foi preso suspeito de ter participado do crime. Segundo a polícia, ele ajudou a ocultar o corpo do menino.


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