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Operação Lava-Jato

Doleiro Alberto Youssef presta último depoimento em Curitiba

25/11/2014 - 21h18min

Atualizada em: 25/11/2014 - 21h18min


Juliana Bublitz
Juliana Bublitz
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Delator do suposto desvio de recursos da Petrobras, o doleiro Alberto Youssef prestou nesta terça-feira seu último depoimento à Polícia Federal, em Curitiba (PR). O interrogatório durou mais de cinco horas e só terminou à noite.

Conforme o advogado Tracy Reinaldet, que acompanhou a fala, foram necessárias várias pausas.

- A saúde dele ainda está bastante debilitada - disse o defensor.

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O teor das declarações é mantido em sigilo, mas outro advogado de Youssef, Antonio Figueiredo Basto, disse mais cedo esperar que o cliente obtenha o direito de cumprir pena em regime aberto devido à "importância inegável" de sua colaboração.

Peça-chave nas investigações, Youssef vinha sendo ouvido desde o início de outubro pela PF, em mais de cem horas de gravações. Ele foi preso em março e é apontado como o líder de um possível conluio entre ex-diretores da estatal, agentes políticos e executivos de grandes empreiteiras - versão contestada pelo doleiro.

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Conforme Basto, Youssef teria sido "usado" e não passaria de "mera engrenagem" no sistema.

- Ele nunca comandou, nem tinha poder para isso. Primeiro, porque não era funcionário público. Segundo, porque não era agente político e não trabalhava em empreiteira. Ele era usado por todas essas pessoas para que o esquema pudesse se movimentar - disse o defensor.

Nos últimos dois dias, Youssef foi confrontado com informações repassadas por executivos detidos na sétima fase da Operação Lava-Jato - deflagrada no dia 14 de novembro, com a prisão de 25 pessoas. Agora, o conteúdo da delação premiada será avaliado pelo Supremo Tribunal Federal, a quem caberá homologar ou não o acordo, firmado em 24 de setembro.

A expectativa de Basto é de que a homologação seja confirmada em cerca de 10 dias. Só depois disso, segundo ele, será possível definir a contrapartida de Youssef.

- É cedo para falar disso, mas o regime aberto é uma expectativa que nós temos. Meu cliente faz jus a um prêmio em razão da utilidade da sua colaboração para que se levantasse o tamanho dessa situação toda, que é espantosa. Nunca houve um escândalo de corrupção de tamanha envergadura no país - afirmou o defensor.

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