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Operação Lava-Jato

Justiça do Paraná decreta prisão preventiva de Fernando Baiano

Lobista foi apontado por delator como operador do PMDB no suposto esquema de corrupção da Petrobras

21/11/2014 - 20h43min

Atualizada em: 21/11/2014 - 20h43min


GERALDO BUBNIAK / AGB
Fernando Baiano está na carceragem da PF em Curitiba e deve permanecer detido por tempo indeterminado

Após prestar depoimento na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba nesta sexta-feira, o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, teve a prisão preventiva decretada pelo juiz federal Sergio Moro por tempo indeterminado. Considerado peça-chave na investigação da Operação Lava-Jato, ele estava em prisão temporária até sábado.

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Baiano permanece na carceragem da PF em Curitiba. Ele foi acusado pelo doleiro Alberto Youssef, delator do suposto esquema de corrupção na Petrobras, de operar o desvio de recursos nos contratos de obras em favor do PMDB. Ele também teria recebido grandes somas de dinheiro de Youssef.

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"Por mais que prática criminosa da espécie tenha se espalhado pela falta de resposta institucional adequada, é evidente que não abrange a todos, quer agentes públicos, empresas ou demais indivíduos, e não representa o que pensa a sociedade brasileira. Portanto, mais do que nunca, a prisão preventiva se impõe a bem da ordem pública, para interromper e prevenir a continuidade da prática de crimes graves contra a Administração Pública e de lavagem de dinheiro", afirmou o juiz no despacho.

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Moro também ressaltou que a soltura de Fernando Baiano traria riscos para a investigação e à instrução da Operação Lava-Jato:

"Pelo já constatado de que vários dos envolvidos dispõem de verdadeiras fortunas no exterior, havendo prova, em cognição sumária, de que Fernando Soares também recebeu valores milionários em contas no exterior, ainda mantidas em segredo em relação a este Juízo e as demais autoridades públicas, com o que o risco à aplicação da lei penal é claro e imediato, podendo o investigado furtar-se à Justiça e ainda com o produto de sua atividade."

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O advogado titular de Baiano, Mario de Oliveira Filho, disse que seu cliente estaria sendo usado como "bode expiatório" no processo. Oliveira Filho negou que Baiano teria intenção de oferecer uma delação premiada à Justiça e afirmou que pediria uma acareação entre o cliente e Youssef.


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