Polo do Jacuí
Ministro é cobrado para tomar medidas contra demissões em Charqueadas
Em evento em Porto Alegre, autoridades pediram ajuda do governo federal
O lançamento do novo sistema de emissão online da Carteira de Trabalho realizado nesta quinta-feira em Porto Alegre, foi praticamente abafado pela preocupação envolvendo o emprego de 1 mil funcionários da Iesa Óleo e Gás, em Charqueadas.
A demissão em massa no começo da próxima semana, por causa do rompimento de contrato com a Petrobras, fez com que o assunto fosse tratado por autoridades em falas dirigidas ao ministro do Trabalho, Manoel Dias, presente no evento.
Com executivos envolvidos na Operação Lava-Jato da Polícia Federal, que investiga desvio de recursos da Petrobras, a estatal rompeu contrato com a Iesa. Sem ter o que fazer, a empresa vai demitir funcionários.
O primeiro a mostrar essa preocupação foi o secretário do Trabalho e do Desenvolvimento Social do Estado, Edson Borba:
- Queremos manter os investimentos do polo naval aqui no Rio Grande do Sul. É importante a manutenção.
Borba explicou que a Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS) está tomando medidas necessárias para acompanhar e dar assistência, como encaminhamento do seguro-desemprego e cursos de qualificação profissional, aos funcionários que forem dispensados.
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Também presente no lançamento da carteira digital, o deputado federal Vieira da Cunha (PDT) foi mais incisivo na defesa dos funcionários e no pedido por uma atenção especial do governo federal à região.
- Já tivemos a usina de Jacuí 1 (obra paralisada em Charqueadas em 1985), que foi uma grande frustação. Agora, quando a região se reencontrava, vai acontecer de novo. Precisamos a curtíssimo prazo encontrar uma empresa que possa assumir o empreendimento - ressaltou Vieira.
O deputado convocou o ministro para o que chamou de uma "missão" de administrar o impacto negativo da demissão em massa. Dias comentou que não foi acionado para buscar alternativas, mas que teria tomado iniciativa por conta própria.
- Falei hoje pela manhã com o ministro de Minas e Energias e com a Petrobras. Um grupo nosso está no Rio de Janeiro para verificar a situação e as consequências. Superada essa fase (de investigações), a Petrobras vai fazer novas licitações ou vai ter novos parceiros - salientou.
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