Enquanto a desinformação a respeito do processo de desligamento de cerca de 1 mil funcionários da Iesa Óleo e Gás ronda o polo naval do Jacuí, o Ministério Público do Trabalho tenta reverter a demissão em massa.

Na tarde desta sexta-feira, o procurador Bernardo Mata Schuch protocolou uma ação civil pública que pede, de forma emergencial, a suspensão das dispensas dos empregados. Fabricante de módulos para plataformas de petróleo, a Iesa Óleo e Gás, teve o contrato com a Petrobras rompido após a empresa ser uma das investigadas na Operação Lava-Jato. Cerca de 800 operários e outros 300 trabalhavam na parte administrativa da unidade.

- Neste caso não se pode tratar o trabalhador como algo dispensável, porque a chegada da empresa teve uma função social na cidade, muitas pessoas vieram de outros Estados. Protocolei a ação porque não senti firmeza de que a Iesa terá condições de pagar as rescisões e também pela falta de conversa com o sindicato - explica Schuch.

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Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos (Sindimetal) de Charqueadas, Jorge Luiz Silveira de Carvalho, reclama da falta de informação aos funcionários por parte da empresa, que foram orientados em comunicado a aguardar em casa a convocação para assinar os papéis e encaminhar a rescisão. Zero Hora tentou contato com a Iesa, mas não obteve retorno.

- Ele (procurador) explicou que a partir do momento não assinaram o aviso prévio, a rescisão não existe. Os trabalhadores foram descartados, jogados fora, não foram demitidos. Dizem que não é para se apresentar na segunda-feira, tudo da forma mais vaga possível - critica Carvalho.

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Apesar da tentativa de evitar as dispensas, começaram a ser fixadas informações sobre vagas oferecidas por empresas da região no mural do Sindimetal. Os interessados devem enviar o currículo diretamente para o e-mail divulgado por cada indústria. Conforme a assessoria de imprensa da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social, a agência FGTAS/SINE da cidade está em tratativas com algumas empresas interessadas em contratar os funcionários da Iesa.

Para segunda-feira, o sindicato pretende fazer uma mobilização na frente da Iesa a partir das 7h. Durante a semana, deve manter um acampamento no local, em protesto às demissões.

Confira o comunicado divulgado pela Iesa na quinta-feira:

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