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Eleição 2014

Nove empresas dominam doações de Tarso e Sartori

Prestação de contas das campanhas ao governo do Estado mostra que PT arrecadou R$ 11,4 milhões e PMDB, R$ 9,9 milhões

27/11/2014 - 05h04min

Atualizada em: 27/11/2014 - 05h04min


Adriana Franciosi / Agencia RBS

Na disputa ao governo do Estado, a análise da prestação de contas de partidos mostra que nove companhias concentraram as contribuições para as campanhas de José Ivo Sartori (PMDB) e Tarso Genro (PT). Essa avaliação é feita a partir dos dados enviados à Justiça Eleitoral. São empresas que entraram com dinheiro tanto para um quanto para outro candidato.

A campanha do petista, que buscava a reeleição, foi a mais cara: R$ 11,4 milhões, sendo que as seis empresas que mais doaram responderam por 31% do total. Sartori arrecadou R$ 9,9 milhões e seis corporações foram responsáveis por 45% do valor declarado.

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Os dois concorrentes receberam R$ 21,3 milhões em doações de empresas e pessoas físicas. A prestação de contas dos candidatos que disputaram o segundo turno foi divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral. Em relação a 2010, quando venceu em primeiro turno, Tarso aumentou os gastos em 13% - corrigido pela inflação.

A maior doadora entre as duas candidaturas foi a JBS, conglomerado do ramo de carnes, que aportou quase R$ 2,7 milhões na eleição de Sartori. A petroquímica Braskem foi a companhia que mais investiu na campanha de Tarso: R$ 1,38 milhão. Duas corporações investigadas na Operação Lava-Jato constam na lista das doadores do atual governador: a construtora OAS (R$ 500 mil) e Toyo Setal Empreendimentos (R$ 50 mil). Não houve registro de doações de empresas sob suspeita de pagamento de propina em obras da Petrobras para a campanha Sartori.

Considerando as doações em que é possível identificar a fonte original dos recursos - muitas aparecem no relatório sob uma rubrica genérica, como Diretório Nacional ou Comitê Financeiro Único -, é possível ver que Tarso e Sartori apresentam perfis distintos de arrecadação: o candidato petista teve um número maior de doadores, com contribuições individuais menos expressivas. A prestação de contas de Tarso mostra 1.054 registros de doações, enquanto que o futuro governador recebeu 570.

Pela legislação eleitoral, candidatos, partidos e comitês financeiros de campanha devem prestar contas à Justiça Eleitoral, que pode aprovar ou não a declaração dos recursos arrecadados e das despesas de campanha. A decisão deverá ser publicada até oito dias antes da diplomação. O futuro governador será diplomado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) no dia 18 de dezembro. Em caso de reprovação das contas, a Justiça Eleitoral encaminha o processo ao Ministério Público Eleitoral, que pode pedir abertura de investigação judicial para apurar o uso indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou de autoridade.

Investigadas doaram para Dilma e Aécio

Na corrida ao Palácio do Planalto, a campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) custou 80% a mais do que a de 2010, em valores corrigidos pela inflação. Na prestação final entregue à Justiça Eleitoral, a petista declarou R$ 350,6 milhões em despesas em 2014, ante R$ 194,8 milhões desembolsados há quatro anos. O senador Aécio Neves (PSDB) informou gastos de R$ 223,5 milhões.

Sete das empresas envolvidas na Operação Lava-Jato doaram, somadas, cerca de R$ 109 milhões aos dois presidenciáveis. Dilma, que passou quase toda a campanha à frente nas pesquisas, foi a que recebeu mais recursos das empresas investigadas. Foram R$ 68,5 milhões distribuídos, nessa ordem, pelas empreiteiras Andrade Gutierrez (citada pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, mas sem executivos presos na sétima fase da operação), OAS, Odebrecht, UTC Engenharia, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Engevix.

As mesmas empresas, com exceção da Engevix, aparecem na lista de doadores de Aécio. Juntas, repassaram R$ 40,2 milhões para a campanha do tucano. Levando-se em conta o total arrecadado pelos dois candidatos, conclui-se que as empreiteiras envolvidas no escândalo doaram um de cada cinco reais para as campanhas de Dilma e de Aécio.

*Com Cleidi Pereira e agências de notícias

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