Circunstâncias incertas
Relatos sobre queda de elevador em prédio no centro de Porto Alegre são controversos
Delegado solicitou diversas perícias para comparar informações e esclarecer causas do acidente
Os relatos sobre a queda de um elevador em um prédio de 21 andares, no centro de Porto Alegre, que deixou nove homens feridos na madrugada de domingo, são desencontrados. O acidente aconteceu por volta da 1h da madrugada de domingo, após uma comemoração no prédio de número 612 na Avenida Borges de Medeiros.
Há informações controversas com relação ao andar em que estava ocorrendo a festa, em que momento o elevador despencou e se o sistema para evitar que o equipamento entrasse em queda livre estava ou não funcionando.
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Conforme o titular da 1ª Delegacia de Polícia, Paulo César Caldas Jardim, que investiga o caso, a festa estaria ocorrendo no oitavo andar, onde os amigos tomaram o elevador, que teria começado a despencar em queda livre na altura do segundo andar. Segundo o soldado Iuri Gomes, que participou do atendimento às vítimas, o sistema automático que evita a queda livre teria sido acionado.
O industriário José Roberto das Neves, 50 anos, uma das vítimas do acidente, relatou à reportagem que a festa ocorreu no terraço do edifício. Após a comemoração, ele foi com alguns amigos até o apartamento, no 13º andar, para guardar materiais, e de lá pegaram o elevador. Neves não soube precisar o momento certo em que altura o equipamento começou a despencar.
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Também há controvérsia quanto à capacidade do elevador: Neves diz que a placa informava capacidade para 12 pessoas ou 840 quilos, mas o síndico do prédio informou à polícia que o limite era de seis pessoas.
- Estou solicitando uma série de perícias para esclarecer as circunstâncias do acidente. Há muitas questões que somente a perícia poderá responder - diz o delegado.
Jardim pretende começar a tomar depoimentos de vítimas e testemunhas a partir desta segunda-feira. Também nesta segunda, o síndico do edifício deve entregar as imagens das câmeras internas do elevador ao delegado, bem como laudos da última manutenção realizada no equipamento.
Enquanto isso, ainda que o prédio disponha de outros dois elevadores, todos foram interditados por medida de segurança. Na tarde deste domingo, alguns condôminos tentavam manter o bom-humor, dizendo que pelo menos iriam manter a forma, já que estavam obrigados a usar as escadas. Já a aposentada Edy Cunha, 81 anos, que mora no 20º andar, esperava pela filha. Surpreendida pela interdição do elevador ao chegar de viagem, a opção dela será ficar fora de casa por mais alguns dias.
A situação dos feridos
- Jean Carlos Marcon, José Roberto das Neves e Felipe Fernando Silveira Marques foram levados ao HPS e liberados por volta das 5h de domingo.
- Claudio Renato Alves foi encaminhado ao setor de Traumatologia e segue internado em estado regular.
- No Hospital Cristo Redentor, Ederson Machadi Padilha recusou atendimento médico e Regis Andrades Nunes recebeu alta na tarde de domingo.
- Nelson Silva da Silva foi submetido a uma cirurgia e Daniel Paulo Cayer teve uma fratura na tíbia, ambos continuam em observação no Hospital Cristo Redentor.
- A nona vítima não teve o nome divulgado.