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Caso chocante

Polícia australiana prende mãe de crianças assassinadas em Cairns

As crianças e adolescentes tinham idades entre 18 meses e 15 anos

20/12/2014 - 15h49min

Atualizada em: 20/12/2014 - 15h49min


Catherine Shaw / AFP
Casa em que o crime ocorreu foi isolado pela polícia australiana

A mãe de sete das oito crianças encontradas mortas a facadas foi presa neste sábado, em Cairns, na Austrália. Segundo a polícia, ela está recebendo atendimento por conta de ferimentos de arma branca no torso e ainda não foi indiciada. O inspetor de polícia do caso afirmou que a situação está "sob controle" e que não há buscas por um possível fugitivo. O caso provocou extrema comoção no país, poucos dias depois da tomada de reféns em Sydney.

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- A mãe, de 37 anos, de várias das crianças envolvidas nesse incidente foi presa por assassinato, durante a noite, e está sob custódia policial no Hospital de Cairns Base - disse à imprensa o inspetor de polícia Bruno Asnicar.

A polícia confirmou que entre as oito vítimas estão quatro meninas (de dois, 11, 12 e 14 anos) e quatro meninos, de cinco, seis, oito e nove anos de idade. As autoridades não divulgaram os nomes por razões culturais, pois em algumas culturas aborígenes é considerado pouco respeitoso dizer o nome de uma pessoa falecida.

Segundo a polícia, a mulher é mãe das sete crianças mais jovens e tia da adolescente de 14 anos. Ela ainda não foi indiciada e, segundo a polícia, está colaborando com a investigação.

- Está em condição estável e recebe atendimento - disse o inspetor Asnicar, antes de afirmar que a mulher tem ferimentos de arma branca no torso, sem informar se ela foi responsável pelos mesmos.

Segundo a polícia de Cairns, os agentes foram chamados à casa e encontraram os corpos das oito crianças. Neste sábado, os legistas trabalharam na casa, mas os cadáveres já foram enviados para o necrotério.

A tragédia teria sido descoberta pelo filho mais velho da mulher detida, de 20 anos, quando chegou na manhã de sexta-feira na casa da família em Manoora, um bairro do subúrbio de Cairns. A polícia não informou como as crianças morreram, mas confirmou que facas foram encontradas na casa. De acordo com Asnicar, as autoridades devem divulgar informações após os resultados das necropsias.

"Uma mãe protetora"

Segundo o canal Sky News Austrália, o companheiro da mulher vive nessa mesma casa, mas não é o pai das crianças. Uma apresentadora da emissora não conseguiu conter as lágrimas ao anunciar a notícia.

- Ainda não estamos em condições de apontar suspeitos - disse Asnicar.

Os investigadores querem falar com todas as pessoas que entraram em contato com a família nos últimos dois ou três dias. O inspetor também tentou tranquilizar a população, ao dar a entender que não há procura por um assassino em fuga.

- A população não deve ficar inquieta, além do fato de que foi uma tragédia. A situação está sob controle no momento - disse.

Neste sábado foi improvisado um memorial em um parque localizado perto da casa da tragédia. Muitas pessoas levaram flores, velas e brinquedos para lembrar as crianças. Tim Nicholls, primeiro-ministro interino do estado de Queensland, deixou flores no local e afirmou que não tem ideia da motivação do crime.

A casa foi isolada pela polícia e apenas agentes autorizados têm autorização para entrar na residência. O bairro tem uma grande comunidade indígena e muitos vizinhos têm laços de parentesco.

- As pessoas desabaram. Também afirmaram que ela (a mulher ferida) era uma mãe muito orgulhosa, que amava muitos o filhos e era muito, muito protetora - afirmou um repórter do jornal Cairns Post ao canal ABC.

Um casal de vizinhos descreveu o bairro de Manoora como difícil, marcado pelo alcoolismo e a violência. Os assassinatos chocaram a Austrália, que ainda tenta se recuperar de outra tragédia, a tomada de reféns em um café de Sydney na segunda-feira que terminou com a morte de duas pessoas, além do sequestrador.

Após a tomada de reféns em Sydney, o primeiro-ministro Tony Abbott reagiu ao novo drama, afirmando que seu país vive dias difíceis:

"Nesta noite, o país derramará lágrimas e orará após este crime", declarou em um comunicado.

*AFP


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