Notícias



Região Metropolitana

Polícia indicia 11 pessoas por morte de jovem em rave em Nova Santa Rita

Um dos seguranças foi apontado como autor da morte, e outras dez pessoas foram indiciadas por coautoria, formação de quadrilha, associação ao tráfico de drogas e corrupção de menores

22/12/2014 - 19h41min

Atualizada em: 22/12/2014 - 19h41min


Bruna Scirea
Enviar E-mail
Reprodução / Facebook
Lucas Alejandro Camargo Rivarola, 21 anos, não tinha antecedentes, segundo a Polícia Civil

Após quase dois meses de investigação, a Polícia Civil indiciou um segurança como autor da morte de Lucas Alejandro Camargo Rivarola, 21 anos, em uma festa rave em Nova Santa Rita. De acordo com o inquérito, o jovem foi esganado (asfixiado com as mãos) enquanto era controlado por funcionários que monitoravam a festa.

Conforme o chefe de investigação da Delegacia de Polícia de Nova Santa Rita, inspetor Luís dos Santos, outras dez pessoas foram apontadas como coautoras do crime - dos quais, cinco também são seguranças, e o restante organizadores, proprietário do terreno onde ocorreu a festa. Os nomes dos indiciados não foram informados por Santos.

Todos os envolvidos foram ainda indiciados por formação de quadrilha (quando se associam três ou mais pessoas para o fim de cometer um crime), associação ao tráfico de drogas e corrupção de menores. O inquérito foi encaminhado à Justiça.

- Ficou comprovado que a festa era um antro para o consumo de drogas e que adolescentes com menos de 18 anos frequentavam a rave sem o menor problema - afirma o investigador.

Leia as últimas notícias de Polícia
Leia as últimas notícias de Zero Hora

A apuração da polícia indica que, surtado, Lucas teria corrido entre os carros e em direção a um matagal próximo ao local da festa. Seguranças teriam tentado controlá-lo com a ajuda de uma enfermeira, mas o jovem teria se soltado e, no momento seguinte, quebrado veículos que estavam no estacionamento da rave. Conforme os depoimentos, Lucas teria sido detido mais uma vez, quando foi agredido pelos seguranças. O laudo pericial confirmou que o jovem consumiu maconha. 

- Amarraram e o espancaram muito. Então chamaram a enfermeira, que concluiu que ele já estava morto. Ainda assim ele foi levado para o Hospital de Pronto Socorro de Canoas, onde chegou sem sinais vitais - conta Santos.

Zero Hora tentou contato com o organizador da festa, Willian Moraes, 21 anos, mas não localizou o jovem, nem seu advogado, José Henrique Salim Schmidt, até o horário da publicação da reportagem. Em outra ocasião, Schmidt disse à Zero Hora que a festa contava com uma equipe terceirizada de segurança e com uma ambulância para atendimentos médicos, se necessários.

Os nomes e a empresa onde trabalham os seguranças e demais envolvidos não foram informados pela polícia.

Relembre o caso

Acompanhado de dois amigos, Lucas foi para a festa Aquática PVT, que ocorreu em um local próximo ao Velopark. Por volta das 2h30min daquele domingo, dia 26 de outubro, o jovem teria saído de perto do grupo para ir ao banheiro e para comprar água.

Segundo um amigo da vítima, cuja identidade é preservada por Zero Hora, testemunhas teriam visto Lucas se revoltar com a falta de atendimento a uma jovem que passava mal. Em seguida, ele teria sido agredido. A apuração da polícia não localizou a jovem que supostamente precisava de ajuda.

- Tentamos identificá-la, mas acreditamos que essa passagem nem tenha realmente ocorrido. Ninguém teria interesse em esconder esse fato - afirma Santos.

* Zero Hora


MAIS SOBRE

Últimas Notícias