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Violência em Porto Alegre

Telefonista é morta a facadas no centro da Capital

Juraci Antônia Rabello trabalhava em ZH

24/12/2014 - 00h38min

Atualizada em: 24/12/2014 - 00h38min


Telefonista da redação de Zero Hora havia 22 anos, Juraci Antônia Rabello, 57 anos, foi morta a facadas na frente da filha na noite desta terça-feira, no prédio onde morava, no centro de Porto Alegre.

O crime aconteceu por volta das 21h e o principal suspeito é o zelador do prédio, identificado pela Polícia Civil como Carlos Veloso, 55 anos. De acordo com a Brigada Militar, Juraci estaria chegando em casa, na Rua Duque de Caxias, acompanhada da filha de 19 anos quando foi atacada. As duas teriam tido um princípio de discussão com o zelador em frente ao apartamento dele, no térreo. Veloso teria puxado uma faca e avançado contra a jovem.

Na tentativa de defender a filha, Juraci foi atingida por pelo menos três facadas, na barriga, embaixo do braço direito e no pescoço. Morador de um apartamento no 3º andar do prédio, o publicitário Daniel Godoi Wagner, 36 anos, ouviu os gritos e saiu em socorro das vizinhas.

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- Quando abri a porta para ver o que estava acontecendo, a dona Juraci veio pelo corredor pedindo por socorro. Ela entrou no meu apartamento, mostrou o ferimento na barriga, deitou-se no tapete da sala e pediu que eu saísse para salvar a filha dela - conta Wagner.

No corredor, o vizinho achou a jovem, que também havia sido atingida na barriga por uma facada superficial. Ao retornar ao apartamento, os dois já encontraram Juraci em estado de choque. 

- Ela estava deitada de lado, imóvel e com os olhos fixos. Foi quando vi o ferimento maior no pescoço, chamamos socorro e ficamos tentando reanimá-la - relata Wagner.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou ao local em menos de cinco minutos, mas Juraci não resistiu aos ferimentos e morreu no local. A filha dela foi levada para o Hospital de Pronto Socorro (HPS) e passa bem. Até o final da noite desta terça-feira, BM e Polícia Civil faziam buscas pelo zelador, que fugiu logo após o crime. Conforme a delegada Jeiselaure Rocha de Souza, que atendeu a ocorrência, a faca utilizada no ataque foi encontrada suja de sangue, dentro do apartamento do zelador.

- O local estava vazio e com a televisão ligada, o que indica que ele fugiu às pressas, mas ainda teve tempo de esconder a faca, que foi apreendida - conta Jeiselaure. 

Conforme a delegada, na fuga, o suspeito foi até o minimercado de propriedade do síndico do prédio, na Rua Demétrio Ribeiro, e falou sobre o crime, em um primeiro momento, afirmando que iria se entregar. Pouco depois, no entanto, Veloso fugiu. À polícia, a ex-mulher do suspeito confirmou que ele entrou em contato por telefone, mas não disse onde estava. Policiais fizeram buscas na casa da mulher, mas o zelador não foi localizado.

O caso será investigado pela 2ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (2ª DHPP). Segundo os vizinhos, o zelador trabalhava há cerca de oito anos no prédio, era tido como pacato, solícito e não tinha histórico de discussões com os moradores. 

- Ele nunca reclamou de nada. Era supercalmo. Foi uma surpresa muito grande para todos aqui - conta Wagner.

Muito estimada por seus colegas, pela gentileza e simpatia no trato com leitores e funcionários, Juraci era solteira e morava com a filha em um apartamento no 7º andar do prédio onde morreu. Além da jovem, ela deixa um casal de filhos.


O velório será realizado nesta quarta-feira na capela 9 do cemitério João XXIII, a partir das 20h30min. O sepultamento está marcado para as 10h de quinta-feira.

* Zero Hora

Emílio Pedroso / Agencia RBS

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