Os temporais que se pronunciaram em diferentes cidades gaúchas neste sábado, deixando mais de 150 mil pessoas sem luz, foram apenas um aperitivo da frente fria que chega ao Estado às vésperas do início do verão. Se a chuva não vai parar neste domingo, no entanto, os próximos atos prometem ser menos bruscos que aqueles que destelharam casas e derrubaram postes e árvores no meio do fim de semana.

- Os temporais são grandes liberações de energia. Como eles ocorreram antes da chegada da frente fria, a atmosfera já está mais úmida e com menor temperatura, o que significa que novos temporais não necessariamente terão a mesma intensidade - explica o meteorologista Paulo Matsuo.

Segundo o especialista, o fenômeno que pegou os gaúchos de surpresa neste sábado é conhecido, tecnicamente, como uma atividade pré-frontal: devido à instabilidade causada pela aproximação da frente fria, nuvens menores podem se organizar rapidamente, provocando temporais. Em função de sua pequena escala em relação às frentes, muitas vezes, essas atividades não são captadas pelo sistema de previsão utilizado pelos meteorologistas, que realiza projeções numéricas.

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Confira imagens dos temporais pelo Estado:

Neste sábado, a formação precoce causou dores de cabeça por todo o Rio Grande do Sul: além de deixar mais de 150 mil sem energia, os fortes ventos - que, em Canoas, chegaram a 129km/h - destelharam casas e derrubaram postes e árvores por todos os lados. Raios e trovões precederam temporais da Fronteira Oeste à Capital, e municípios como Caçapava do Sul, na Campanha, e Vacaria, nos Campos de Cima da Serra, tiveram chuva de granizo.

Por outro lado, a frente fria que vem do norte da Argentina e cruzará o Estado de oeste para leste não deve causar maiores surpresas. As chuvas intensas trazidas pela frente, que já chegou a Uruguaiana, na Fronteira Oeste, devem prosseguir madrugada adentro na região centro-sul. O movimento, que perderá força nesses locais durante a manhã, migrará para os lados da Capital no começo da tarde.

- Após, uma parte dessa frente seguirá para o litoral e outra persistirá no norte, mas de forma mais fraca - diz Matsuo.

Na segunda-feira, bons - e mais sutis - ventos devem retornar ao Rio Grande do Sul, trazendo temperaturas mais amenas. A essa altura, o vizinho Santa Catarina, além de Paraná e Mato Grosso do Sul, devem se preparar para receber a frente fria e as intempéries que, porventura, quiserem se antecipar a ela.

*ZERO HORA