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Mau tempo

Temporal deixa mais de 800 casas destelhadas no Rio Grande do Sul

Conforme a Defesa Civil, cidades mais atingidas foram Santa Cruz do Sul, Santana do Livramento e Esteio

21/12/2014 - 12h07min

Atualizada em: 21/12/2014 - 12h07min


Andréa Graiz / Agencia RBS
Moradora de Esteio mostra estragos causados pelo temporal

Mais de 800 casas foram destelhadas durante o temporal da noite deste sábado, indica o balanço preliminar da Defesa Civil do Estado. Conforme informações da Rádio Gaúcha, entre as cidades mais afetadas pelo mau tempo estão Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, Santana do Livramento, na Fronteira Oeste, e Esteio, na Região Metropolitana.

Em Santana do Livramento, a emergência do Hospital Santa Casa foi destelhada e teve de ser fechada e, pelo menos, três escolas foram atingidas. A Defesa Civil do município distribui lonas para a população. Mais de 300 casas foram danificadas durante o temporal na noite deste sábado. Em Santa Cruz, 250 casas ficaram destelhadas - três famílias tiveram de deixar suas residências, que foram completamente destruídas.



Na Região Metropolitana, os municípios mais atingidos foram Canoas, Viamão e Esteio - cidade que registrou 300 casas destelhadas.

- A gente nem sabe por onde começar.

A frase da comerciária Maria Emilia Aires Dias, 55 anos, resume o sentimento dos moradores de Novo Esteio, o bairro mais afetado pelo temporal em Esteio.

O telhado do quarto dela e da filha Flávia, 23 anos, foi completamente arrancado pela ventania. E a situação da casa das duas, que passaram a noite na residência de um familiar, é desoladora: lonas cobrem parte dos móveis dos quartos sem teto, o banheiro está inundado, a porta da frente travou e, nas demais peças, baldes coletam água das goteiras. 

- Não foi um temporal, foi um tornado que passou por aqui - diz Maria.

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A poucos metros dali, todos os cinco postes da rua Cacequi (um de concreto e quatro de madeira) tombaram. Os moradores reclamam do descaso do poder público.

- Eu cansei de reclamar, pedir pra trocarem, mas diziam que não precisava - lamenta o aposentado Juarez Martinbianco, 67 anos, apontando para os suportes que sustentavam os postes.

Com lágrimas nos olhos, a dona de casa Lenir Ramos, 47 anos, recorda que ela e seu marido, o aposentado Paulo, 60 anos, ainda não terminaram de pagar a reforma do telhado que ontem foi parcialmente arrancado pelo temporal. 

- Na hora me assustei, comecei a gritar e coloquei as crianças embaixo da mesa. Não tinha como descer (a casa tem um porão) porque o meu marido teve derrame e mal consegue caminhar - conta.



Além de Lenir e Paulo, residem no local os filhos do casal Alípio, 16 anos, e Brenda, 7 anos. A família, que sobrevive com um salário mínimo recebido por Paulo, agora conta com o apoio de vizinhos e da prefeitura para recomeçar.

Mais de 300 mil imóveis continuam sem energia elétrica no Rio Grande do Sul, na manhã deste domingo: 250 mil são clientes da AES Sul, 30 mil da CEEE e 35 mil da RGE. As companhias informam que trabalham na recuperação da rede, mas não há previsão para o restabelecimento total do serviço.

* Zero Hora com informações da Rádio Gaúcha


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