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Como identificar se seu filho está sofrendo maus-tratos na creche

Caso de professora flagrada agredindo crianças na Capital revoltou o Estado

08/01/2015 - 14h35min

Atualizada em: 08/01/2015 - 14h35min


Flávio Neves / Agencia RBS

Qualquer pessoa fica indignada ao ler uma notícia de que uma criança é vítima de maus-tratos em uma creche ou escolinha. Foi o que aconteceu nesta semana, quando o vídeo de uma professora agredindo criancinhas de três e quatro anos no que era para ser a "hora da soneca", momento de repouso dos pequenos, foi divulgado nas redes sociais. 

Professora flagrada maltratando crianças é afastada 

Mas, como a rotina de trabalho muitas vezes é intensa, não restam muitas opções aos pais. Para que a ação seja rápida caso esse tipo de episódio aconteça, profissionais dão dicas de como identificar quando uma criança está sofrendo maus-tratos. Confira:

Quando suspeitar

É unanimidade entre os especialistas que as crianças não mudam de comportamento à toa. O conselheiro tutelar Julio César Fontoura salienta que ficar de olho nas alterações de conduta da criança é fundamental. Quando ela está mais agressiva, mais retraída ou até menos alegre, por exemplo, pode ser um sinal de que algo não está funcionando bem no ambiente escolar. Crianças que sofrem maus-tratos tendem a ficar evasivas quando questionadas.

- Isso acontece porque, muitas vezes, elas são ameaçadas (na creche) para não contarem o que acontece - explica Fontoura.

A psicóloga Luíza Duarte Ullmann recomenda atenção ainda às marcas no corpo dos filhos.

- Machucados são normais, mas, em geral, quando isso acontece, a escola notifica a família. Quando ela aparece constantemente com marcas pelo corpo e não tem relatos do estabelecimento, é motivo de desconfiança.

Como evitar

Um bom caminho para evitar problemas é o diálogo. Os pais devem deixar claro para os filhos quais são as atitudes esperadas das professoras, chamando a atenção, principalmente, para aquelas que não são corretas.

- A criança tende a achar que a culpa é sempre dela. Então, cabe aos pais explicar quais são os direitos das crianças. É preciso deixar claro que ela é "uma criança boa" e que o adulto que a maltratou não sabe se relacionar com os outros. Falar mal do agressor não é recomendado, pois não faz bem à criança - explica a psicóloga.

É extremamente recomendado também que os pais conheçam e frequentem a creche do filho, não apenas em dias de reuniões ou festas. A presença da família ajuda a manter o ambiente seguro para as crianças.

Dependendo da agressão sofrida, é aconselhável buscar ajuda profissional. Em todos os casos, recomenda-se fazer uma avaliação psicológica para verificar a parte emocional do pequeno.

Como denunciar

Os maus-tratos sofridos por crianças e adolescentes estão descritos no Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n° 8069 de 13/07/1990, nos artigos 13 e 245. Os agressores podem responder tanto cível quanto criminalmente. O primeiro passo para as providências cabíveis serem tomadas é a denúncia. Você pode denunciar por meio do Disque 100, Departamento de Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos: basta digitar 100 no telefone fixo ou celular. Outra opção é ir ao conselho tutelar mais próximo de sua residência - confira a lista.


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