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Gustavo Brigatti: "Dying Light" e "Grim Fandango" refletem sobre a condição humana

Recém-lançados, games que têm a morte como tema vão além de simplesmente divertir

29/01/2015 - 05h01min

Atualizada em: 29/01/2015 - 05h01min


Gustavo Brigatti
Gustavo Brigatti
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reprodução / Divulgação

Jogos de videogames são feitos para divertir, mas, quando bem trabalhados, podem ser um interessante fórum para se refletir a respeito da condição humana. Grim Fandango e Dying Light, títulos lançados nesta semana, por exemplo, tratam da nossa espécie pelo que talvez seja o último dos vieses possíveis: a morte. Ou quase isso.

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À primeira vista, Grim Fandango e Dying Light são games bem opostos. Lançado originalmente em 1998 e agora remasterizado para PC e PlayStation 4, GF é um adventure de gráficos estilizados que bebe hectolitros do cinema noir, recheado de humor negro, diálogos cortantes e personagens carismáticos. Já o hiper-realista DL coloca o jogador para fazer parkour em primeira pessoa numa cidade assolada por zumbis.

Ambos, no entanto, observam a condição humana mesmo nas mais adversas situações. Em Grim Fandango, Manny Calavera é um burocrata do além-túmulo que negocia pacotes de viagens para as almas que acabam de chegar e precisam empreender sua jornada até o descanso eterno. De repente, descobre uma rede de corrupção que privilegia gente que não teria o direito de se qualificar para os melhores pacotes - mas o faz por ser rica e poderosa.

Mesma situação em Dying Light, no qual o agente Kyle Crane, na busca por um cientista que possa ajudar na cura da epidemia, descobre grupos não apenas adaptados ao apocalipse zumbi, mas interessados em lucrar com toda a desgraça. Ao longo do tempo, Crane descobre que até mesmo a organização para a qual trabalha - e que estaria supostamente interessada em ajudar - tem objetivos um tanto questionáveis.

No decorrer dos dois jogos, não são poucos os momentos em que Calavera e Crane questionam o quanto vale a pena continuar na luta e o quão mais fácil seria simplesmente se acomodar e continuar tocando suas vidas (ou mortes!) como faziam antes. Afinal, tudo já foi pro brejo, mesmo.

A resposta, tanto de Grim Fandango quanto de Dying Light, indica outra característica marcante da condição humana: a preocupação com o outro. Mesmo na morte (ou no limite dela), importar-se com o outro ainda faz a diferença. É o que move (e une) Calavera e Crane, improváveis heróis de tempos bem prováveis.

Os jogos testados foram para PS4. Dying Light foi cedido pela WB Games.


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