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Polêmico "A Entrevista", que estreia quinta, é muito pouco inspirado

Comédia que desencadeou ameaças de terrorismo chega aos cinemas brasileiros nesta semana

28/01/2015 - 18h01min

Atualizada em: 28/01/2015 - 18h01min


Daniel Feix
Daniel Feix
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Divulgação / Divulgação
James Franco e Seth Rogen

A época de lançamentos pré-Oscar também antecede o Framboesa de Ouro, premiação esculachada entregue aos piores do ano em Hollywood. É por isso que A Entrevista, que estreia nesta quinta-feira no circuito, chega em hora apropriada.

A única piada que funciona na comédia dirigida por Evan Goldberg e Seth Rogen é o fato de ela ter sido levada a sério por alguém. A lembrar: a Sony, produtora do filme, foi vítima de hackers e ameaças de terrorismo, que acabaram sendo conectadas pela Casa Branca ao próprio governo da Coreia do Norte - que é achincalhado durante a trama sobre um famoso apresentador de televisão que tem entre seus fãs o ditador Kim Jong-un.

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O tal apresentador é, provavelmente, o pior papel da vida de James Franco, ator já indicado ao Oscar (por 127 Horas, em 2011) que tem se aventurado com frequência pelas comédias. Não se trata de má vontade com o gênero ou com autores como Goldberg e Rogen - que assinam juntos o roteiro do ótimo Superbad (2007), além de se envolverem na produção de outros bons longas cômicos, incluindo Segurando as Pontas (2008), com o mesmo James Franco. A Entrevista é, de todos esses filmes, o que menos funciona, seja pela ausência de timing do elenco, seja pela falta de graça do texto - uma coisa leva a outra, afinal de contas.

Parece claro que a dupla de diretores não soube lidar com o tema. Na trama, o apresentador e seu produtor de confiança (interpretado pelo próprio Rogen) são enviados para entrevistar Kim Jong-um (papel de Randall Park). É que o vilão norte-coreano é fã do personagem de Franco, não se esqueça. A bela Lizzy Caplan, um dos talentos de sua geração (é a protagonista a série Masters of Sex), não consegue entrar no clima, até porque sua personagem, uma agente do FBI que os convence a "aproveitar a ocasião" para assassinar o ditador, constitui uma espécie de contraponto dramático à comicidade da dupla de jornalistas. O problema: qual comicidade?

A Entrevista não faz rir nem com seus apelos mais baixos - trocadilhos infantis como aquele que transforma "ain’t us" em "ânus", por exemplo. Com o dinheiro que arrecadar em países como o Brasil, onde a estreia não foi cancelada (nos EUA foi, parcialmente), não deve dar prejuízo financeiro à Sony. Mas teria sido melhor para a gigante de Hollywood se tivesse ficado na surdina.

A ENTREVISTA
De Evan Goldberg e Seth Rogen.
Comédia, EUA, 2014, 112 minutos.
Estreia nesta quinta-feira nos cinemas.
Cotação: ruim.


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