Segurança



Morte de surfista

Policial que atirou no surfista Ricardinho se manifesta publicamente sobre o caso

Brentano lamenta morte do surfista e espera que a apuração dos fatos não seja prejudicada pela grande comoção social

26/01/2015 - 09h37min

Atualizada em: 26/01/2015 - 09h37min


Reprodução / Redes Sociais

O policial militar Luis Paulo Mota Brentano, que está preso desde a última segunda-feira pela morte a tiros do surfista Ricardo dos Santos, se manifestou publicamente pela primeira vez sobre o caso. A declaração foi dada por meio de uma nota divulgada pelo advogado Leandro Gornicki Nunes, na tarde do último domingo.

Na nota, Brentano lamenta a morte do surfista e deseja força aos familiares. Ele ressalta a versão de que agiu em legítima defesa e espera que a apuração dos fatos não seja prejudicada pela grande comoção social.

Confira a nota na íntegra:

Por meio desta, venho me manifestar publicamente a respeito da situação que envolveu Ricardo dos Santos, afirmando que lamento sinceramente e profundamente o ocorrido, desejando muita força e serenidade aos familiares e amigos dele e de minha pessoa, pois tenho certeza que estão sofrendo muito.

No entanto, registro que, de fato, agi em legítima defesa própria e de meu irmão menor, cujas provas serão oportunamente produzidas, esperando que a apuração dos fatos não seja prejudicada pela grande comoção social.

Esclareço que, desde o primeiro momento, colaborei com a apuração dos fatos, dispondo-me à realização dos exames e esclarecimentos necessários, além de relatar tudo aos meus superiores hierárquicos, prontamente.

Aqueles que me conhecem e já trabalharam comigo sabem que eu jamais iria disparar contra uma pessoa, a não ser em defesa própria ou de terceiros. E àquelas pessoas que não me conhecem, rogo que tenham cautela e prudência ao me PRÉ-julgarem.

Luis Paulo Mota Brentano

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Crime em Palhoça

Ricardinho foi baleado no dia 19 de janeiro, depois de uma discussão com o policial. Levado ao Hospital Regional de São José, depois de 30 horas e quatro cirurgias não resistiu e morreu no início da tarde do dia seguinte.

Em depoimento, o policial Luis Paulo Mota Brentano disse que reagiu em legítima defesa após uma das pessoas ameaçá-lo com um facão. A outra versão, apresentada por testemunhas que estavam com o surfista, é a de que o PM atirou de dentro do carro sem motivo. 

A morte do surfista causou grande comoção na Guarda do Embaú, onde ele morava.  A notícia repercutiu também no meio do surfe e uma série de profissionais do esporte, como o atual campeão mundial Gabriel Medina, se manifestou sobre o caso.

A Justiça decretou a prisão preventiva do policial militar Luis Paulo Mota Brentano, que está preso desde segunda-feira, dia 19, no 8º Batalhão da Polícia Militar, em Joinville. A reconstituição do crime será feita nesta terça-feira, dia 27.

Laudo aponta tiro nas costas

Laudos periciais revelam que as balas atingiram o surfista a partir da lateral esquerda do peito e pelas costas. Já o laudo toxicológico concluiu que Brentano havia consumido quantidade significativa de álcool, mas nenhuma droga ilícita, no dia em que atirou no surfista. Novos resultados da investigação devem dar mais detalhes sobre a cena do crime.


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