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Onde joga o chileno?

Torcedor Colorado ZH: Charles Aránguiz é primeiro volante

28/01/2015 - 11h35min

Atualizada em: 28/01/2015 - 11h35min


MARCOS BEZERRA / FUTURA PRESS

Se por um milagre o Inter conseguisse bancar a contratação de Toni Kroos, o alemão embarcaria no aeroporto de Barajas com a camisa 5 do Real Madrid (na verdade, o volante usa a 8, mas fiquemos com uma referência do passado nesse exercício de imaginação) e certamente desceria do avião no Salgado Filho com o número 10 fixado às costas do manto vermelho.

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Meia-armador de origem, o craque foi recuado para funções mais defensivas, seja no Bayern de Munique, na seleção alemã e agora no Real. Sem comprometer a solidez da equipe, Kroos garante uma saída de bola redondinha e ainda chega à frente para municiar os atacantes com passes perfeitos e experimentar chutes a gol.

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Já na Província de São Pedro, volante que sabe fazer algo mais do que distribuir carrinhos e botinaços rapidamente é "promovido" a meia, seja porque o time não pode desperdiçar talentos em tarefas menos nobres, seja porque a equipe fica "faceirinha" - como se apenas brucutus dominassem a arte da marcação. Não deixa de ser uma ironia em um Estado que revelou para o mundo um tal de Paulo Roberto Falcão.

Aránguiz diz que prefere jogar mais recuado

No Beira-Rio, o debate do momento é a posição ideal de Charles Aránguiz. Como se não bastassem as melhores exibições do chileno em 2014, o próprio jogador reafirmou nesta semana que prefere atuar mais recuado. O craque da Roja demonstra que, além de ser um grande jogador, entende de futebol. Entre ser um volante de exceção ou um meia comum, ele optou pela primeira opção.

Afinal, onde o chileno joga?

Quem defende Aránguiz mais avançado sustenta a seguinte tese: é o único meio-campista colorado que invade a área adversária. Sem ingressar na vereda da melhor qualidade na saída de bola, quem defende Aránguiz mais recuado já percebeu que o chileno se infiltra com mais frequência nas trincheiras inimigas quando parte detrás.

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Quando atua numa faixa de campo mais avançada, o volante deixa de contar com o fator surpresa. Então, de um time com apenas um meio-campista com pendor para cruzar a linha da grande área, o Inter passa a ter nenhum. Pois enquanto ainda faz sentido no Brasil o loteamento de cargos no meio-campo com base nas funções exercidas por cada jogador, vou dar a minha contribuição a essa discussão. Aránguiz é primeiro volante. Isso mesmo: pri-mei-ro vo-lan-te.

É claro que os volantistas de plantão (e eles estão em toda parte) ficariam escandalizados se Aguirre resolvesse fixar Aránguiz à frente dos zagueiros. O uruguaio não teria mais paz em Porto Alegre. Mas vai por mim, Diego. Escala o chileno ali. E coloca o Nilton à frente dele.

Antes que me chamem de louco, já me adianto em explicar que se trata de uma estudada estratégia de sacrifício. O objetivo é esvaziar o debate atual. Em poucos jogos, ninguém mais discutiria se Aránguiz é volante ou meia. Os volantistas passariam a esgrimir argumentos em defesa da escalação do chileno como segundo volante, e não como primeiro.

A histeria chegaria a um ponto insustentável. Pela manutenção da sanidade, Aguirre cederia aos apelos. Aránguiz, então, daria um passo à frente no meio-campo. Os "faceiros" perderiam mais uma batalha no país do 7×1. Mas o Inter começaria a vencer a guerra contra o futebol do passado.


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