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Palavra de trekkie

Opinião: "Spock representava o diferente, o não aceito"

Trekkie há mais de 30 anos, Marcelo Carvalho escreve sobre o personagem icônico de Leonard Nimoy

27/02/2015 - 18h03min

Atualizada em: 27/02/2015 - 18h03min


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O mundo da ficção científica perde um dos seus grandes ícones. Leonard Nimoy, ator norte-americano, mundialmente conhecido por seu personagem sem emoções, o "Vulcano" oficial de ciências Spock, de Jornada nas Estrelas, morreu nesta sexta-feira aos 83 anos em Los Angeles, Califórnia. Nimoy foi um artista cheio de emoções, marcado por um personagem cujas emoções eram totalmente reprimidas. Ainda assim, Nimoy conseguiu trazer Spock ao nível de empatia com um número infindável de fãs que na dificuldade de Spock se refletiam.

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Spock era a representação da dualidade: filho de uma humana e um vulcano. Um ser reprimido, diferente, literalmente um alienígena, um estranho em terra estranha. Nem totalmente Humano, nem totalmente Vulcano. Talvez por isso sua identificação com os fãs tenha sido tão grande. Spock representava o diferente, o não aceito, muitas vezes mal compreendido, mas com qualidades e talentos únicos. Nimoy, o ator, sempre foi um homem sensível, um ator gentil, colaborador, preocupado com seu personagem e com seu papel como influência em milhões de pessoas. Ainda assim, sempre pensou mais no Universo de Star Trek em si e no papel de Spock nele do que na necessidade de realmente aparecer. Nos anos 1970, Leonard Nimoy escreveu um livro chamado Eu não sou Spock. Mas, anos depois, já na década de 1990 - já mais confortável com seu alterego vulcaniano - escreveu outro chamado Eu SOU Spock, onde fez as pazes com o personagem que o marcou pela vida quase toda. E os dois viveram em paz para sempre.

Spock criou raízes não só em Nimoy, mas em todos os fãs de Jornada nas Estrelas, que hoje e por muito tempo ainda sofrerão com sua morte. Na internet e nas redes sociais, mensagens de lamento, homenagens em textos e imagens não param de pipocar... Nimoy/Spock era e continuará sendo ídolo de milhões de pessoas ao redor do mundo. Mas, como o personagem do Dr. McCoy disse quando Spock morreu em Jornada nas Estrelas II (A Ira de Khan), "ele nunca estará realmente morto enquanto nos lembramos dele". Vá em paz, Leonard Nimoy. Agora, junto com Spock, vocês estão para sempre unidos nas fibras invisíveis do Universo.

*Marcelo Carvalho, 48 anos, é publicitário, artista gráfico, e fã de Jornada das Estrelas desde os 14 anos de idade.


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