Trânsito



Estradas obstruídas

Com novos bloqueios, PRF planeja ação para desfazer protestos

Nesta segunda-feira, trecho mais crítico é na BR-116, em Camaquã

02/03/2015 - 11h27min

Atualizada em: 02/03/2015 - 11h27min


Débora Ely
Débora Ely
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Ronaldo Bernardi / Agencia RBS
No oitavo dia de protestos no Rio Grande do Sul, motoristas bloquearam a passagem de caminhões no km 397 da BR-116

Uma frota de caminhões, capaz de lotar dois pátios de um posto de gasolina e o acostamento da estrada, interrompeu parcialmente o trânsito na manhã desta segunda-feira na BR-116, em Camaquã, zona sul do Estado. No oitavo dia de protestos no Rio Grande do Sul, motoristas bloquearam a passagem de caminhões no km 397 da rodovia, mas o fluxo de carros e ônibus foi liberado.

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Com o prosseguimento de bloqueios em estradas federais, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) planeja ações para liberação dos trechos. Porém, detalhes de como e quando isso acontecerá não foram divulgados. O desbloqueio se ancora em decisão da Justiça Federal da semana passada, que determina a liberação de todas as rodovias federais no Rio Grande do Sul. Em caso de descumprimento, foi fixada multa de R$ 5 mil por hora.

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No domingo, dia em que a paralisação completou uma semana no Estado, as estradas gaúchas chegaram a não ter nenhum bloqueio. Com a avaliação de que a paralisação estaria praticamente encerrada, o governo federal informou que Dilma Rousseff (PT) irá sancionar nesta segunda-feira a chamada Lei dos Caminhoneiros.

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Mesmo com o primeiro passo na direção de atender às reivindicações dos caminhoneiros, as medidas não devem conter os protestos.

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- Isso não resolve. O que importa é o preço do frete e do diesel - apontou um dos manifestantes nesta manhã em Camaquã.

No trecho da BR-116 em Camaquã, caminhoneiros se concentram há uma semana e uma das consequências do protesto é a perda de cargas que deviam ser entregues. Fernando Rodrigues, 45 anos, carrega 27 toneladas de carne suina no baú do veículo que dirige. Ele deveria entregá-la no porto de Rio Grande e o alimento seria destinado à Rússia, porém, parado na estrada há uma semana, ele corre o risco de ver a carga estragar.

- Acabamos ficando juntos. Não tem como descarregar no porto porque, até lá, passaria por outros bloqueios.

Durante a manhã, o advogado de um dos lideres dos motoristas orientou que os manifestantes não impedissem a passagem de outros caminhões afim de não descumprir ordem da justiça federal.

- Vocês podem convidá-los para parar, mas não obstruir a via. Existe uma decisão judicial neste sentido - alertou Hamilton Santos de Paula Couto.

Os ânimos se acirraram às margens da BR-116 quando uma mulher defendeu que um caminhão que estava estacionado em um posto de combustíveis seguisse viagem. O veículo acabou deixando o local sob vaias dos demais manifestantes. Entre os caminhoneiros, a redução do preço do disel representa o cerne das reivindicações. Apesar da manifestação, não há congestionamento na rodovia.

Os protestos contra a alta do diesel, baixo preço do frete e más condições das estradas ganharam as rodovias do Rio Grande do Sul na última segunda-feira. Desde então, houve bloqueios em dezenas de rodovias gaúchas e muitos permaneceram apesar das medidas judiciais que determinam a liberação das estradas federais e estaduais.

Os protestos geraram tensão e conflito entre caminhoneiros e policiais no Litoral Norte, onde ocorreu a maior mobilização do país em número de caminhões, e a morte de uma pessoa, ocorrida na manhã deste sábado na BR-392, em São Sepé.

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