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De Fora da Área

Marcelo Matusiak: viva o sócio gremista

No dia em que completa 20 anos de sócio no tricolor, jornalista diz o que falta para o clube conseguir mais associados

27/03/2015 - 05h04min

Atualizada em: 27/03/2015 - 05h04min


A cada dia que passa, mais me convenço de que os clubes devem idolatrar os seus verdadeiros donos: os torcedores. Nesse aspecto, um formato que surgiu na Europa começou a ser aplicado no Brasil, mas, apesar de muitos avanços, ainda temos um longo caminho a seguir.

Neste 27 de março, completo 20 anos de sócio do Grêmio. É claro que o Grêmio é importante para mim, mas o objetivo desse texto é mostrar o quanto eu sou importante para ele. Não falo no "eu", individual, mas em sócios como eu que, com mensalidade em dia haja o que houver, fazem essa máquina girar. Os meus primeiros passos dentro do estádio foram na arquibancada dura do Estádio Olímpico com aproximadamente 10 anos. Com o passar dos anos, troquei de lado e fui para os antigos "bancos" de concreto da Social do Grêmio. Ali, ganhei amigos que, juntos, fincaram raízes atrás do reservado do Grêmio. O meu grupo se separou na migração para Arena, onde agora tenho dois assentos: um para mim e outro que servirá ao Miguel, meu filho que completou dois meses de vida.

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Sou do tipo que atrasei muitas contas durante períodos de dificuldade financeira, mas jamais abri mão da mensalidade do Grêmio. Deixei de fazer e comprar muita coisa, mas nunca ficou para trás o boleto do Grêmio. Se analisarmos a média de público nos jogos, quando o Grêmio não está nem tão mal e não tem bem, perceberão que é sempre constante. São aproximadamente 15 ou 20 mil fiéis sócios que se identificarão com essa descrição que faço e que, assim como eu, passaram por muitos apertos mas nunca deixaram de ajudar o Grêmio. Estiveram ao lado do time nas grandes conquistas, mas nunca deixaram de ir ao estádio nas fases ruins. São os chamados "de fé".

O problema é que só esses sócios fiéis, como eu, não são suficientes para cobrir o custo de uma Arena como a do Grêmio. É preciso mais. É necessário que mais gremistas entendam isso e se aliem ao clube. É preciso, ao mesmo tempo, que o clube proporcione vantagens para ele se sentir atraído.

Ao longo desse tempo todo, ganhei uma camisa arremessada pelo Mauro Galvão no Olímpico e fui sorteado entre os sócios uma vez, recebendo das mãos do Zé Roberto uma camisa oficial. Para fanáticos como eu, está ótimo. O problema é que, para fidelizar torcedores menos fanáticos, é preciso mais do que isso. É fundamental que os clubes olhem para isso. Valorizem esse cidadão que paga as contas em dia, adquire produtos oficiais e ergue a bandeira e veste a camisa do seu time aonde vai.


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