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Superliga B

Sogipa decide título e vaga na elite do vôlei feminino

Time de Porto Alegre enfrenta o Bauru em jogo único neste domingo

28/03/2015 - 11h04min

Atualizada em: 28/03/2015 - 11h04min


Vinicius Roratto / Divulgação
Meninas da Sogipa tentam levar o clube gaúcha de volta à Superliga A depois de 23 anos

Uma espera de 23 anos pode ter fim na manhã deste domingo. Afastada da elite do vôlei feminino desde 1992, a Sogipa/Capemisa disputa a decisão da Superliga B contra o Vôlei Bauru, no Ginásio Panela de Pressão, a partir das 11h. O campeão garante o acesso à Superliga A na temporada 2015/2016.

A tarefa das meninas da Sogipa não será fácil. Enfrentará o time de segunda melhor campanha na primeira fase - somando os resultados dos playoffs, a equipe do interior paulista soma oito vitórias em nove partidas, contra seis vitórias e três derrotas do clube de Porto Alegre. Um dos reveses do time gaúcho foi justamente diante do Bauru, por 3 sets a 2, há três semanas, no Ginásio da Sogipa.

Mas o retrospecto negativo não tira a confiança das meninas. Nas semifinais, o jovem time da Capital - a média de idade é de 20 anos - eliminou o Valinhos Country-SP, então invicto na Superliga B. Foram duas difíceis vitórias por 3 a 2, com direito a viradas nos tie-breaks - no jogo de ida, em casa, a Sogipa chegou a estar perdendo por 14 a 11 no set decisivo, mas conseguiu reagir e vencer por 17 a 15.

- O grupo está muito confiante com o nosso potencial. Vencer duas vezes o Valinhos, time de melhor campanha na Superliga, deu muita moral para nós. Agora, temos de devolver a derrota para o Bauru - disse Juliana Mello, central de 20 anos e 1m87cm.

- A nossa união é o ponto forte do time. O que nos diferencia é a garra e a vontade vencer, mais do que a técnica - completou a levantadora Mariana Galon, 21 anos.

Em busca do título, as bicampeãs gaúchas anteciparam a viagem. As meninas desembarcaram em Bauru na noite de quinta-feira. A ideia é treinar em dois turnos nos dois dias que antecedem a partida e também se adaptar ao palco da decisão.

- O ginásio é bem grande, é preciso uma referência principalmente para as levantadoras e as sacadoras, para ter uma noção melhor do espaço - disse o técnico Marcos Toloni - A final é um jogo só, o controle da emoção conta muito, é importante equilíbrio.

ENTREVISTA: Marcos Toloni, técnico da Sogipa/Capemisa

"Temos condições de surpreender"

 
Toloni (D) acredita na capacidade de superação das sogipanas 
Foto: Vinicius Roratto, Divulgação 


Nascido há 49 anos em Santa Rita do Passa Quatro (SP), o técnico Marcos Toloni demonstra tranquilidade e confiança no grupo que ajudou a montar para a Superliga, apostando em jogadores jovens e em busca de espaço no vôlei.

- As meninas são muito batalhadoras. É um grupo de jogadoras que gosta de treinar, elas não vão desistir da vitória em nenhum minuto - disse Toloni, que está à frente das categorias de base do clube há uma década.

Perto de conquistar o título que levaria o time para a elite do vôlei, o técnico admite que a campanha até agora superou a expectativa. Mas a cumprimento da meta de ficar entre os quatro melhores times não tira a ambição do time, garante:

- Ninguém está pensando que já está bom tudo o que conquistamos até aqui, esse pensamento não existe no grupo.

O que ficou de lição da derrota para o Bauru?
O Bauru tem uma grande equipe, tem ótimos valores, tem jogadoras de muita experiência. Temos de jogar firmes, mas temos condições de surpreender, sim.

Dá para repetir o feito contra o Valinhos nas semifinais?
No início do turno perdemos de 3 a 0, em Valinhos. Nos confrontos das semifinais, nos preparamos bem, houve uma evolução técnica e tática do grupo e principalmente uma evolução individual das meninas. Tivemos pouco tempo de treinos, começamos a nos preparar em 3 de janeiro, e elas foram ganhando espaço durante a competição. O que me deixou bastante contente foi a capacidade de reação das meninas quando o time ficava atrás do placar, principalmente em tie-breaks, que é o momento mais decisivo.

A campanha da Sogipa superou a expectativa de vocês?
Quando a Sogipa e a Capemisa montaram o projeto, o objetivo era voltar ao cenário nacional. Dentro do campeonato, enxergamos que poderíamos ir mais longe. Fomos crescendo e buscando os resultados. A meta era ficar entre os quatro primeiros. Mas agora queremos mais. Queremos vencer. Ninguém está pensando que já está bom tudo o que conquistamos até aqui, esse pensamento não existe no grupo.

Como está o nível de confiança das meninas para a decisão?
Está 100%. Essa é uma parte que a gente trabalha bastante, é acreditar sempre, seja nas derrotas ou vitórias, não se deixar abater, para estar sempre confiante para ir atrás dos objetivos.


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